Um repórter e um cinegrafista da emissora afegã de televisão Tolo, especializada em notícias, foram agredidos em plena rua, enquanto realizavam uma reportagem em Cabul, conforme indicou nesta quinta-feira (26) uma das próprias vítimas da violência, por meio do Twitter.
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"Os talibãs me atingiram em Cabul, enquanto eu informava. Também nos levaram câmeras, equipamento técnico e meu telefone celular, escreveu o repórter Ziar Yaad.
O jornalista, inclusive, precisou desmentir informações de que havia morrido, que chegaram a ser veiculadas na imprensa local. Ele contou que insurgentes saíram de um veículo blindado e o acertaram com "a ponta de uma pistola".
A emissora "Tolo" informou que Yaad e o cinegrafista Baes Majidi estavam fazendo uma reportagem sobre pessoas desempregadas nas ruas da capital do Afeganistão, quando os talibãs os agrediram "por razões pouco claras".
"Ainda não sei porque se comportaram assim", admitiu o repórter.
Segundo informações de Yaad, os líderes talibãs já foram informados sobre o caso, mas, até o momento, os autores ainda não foram detidos.
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"O que constitui uma grave ameaça para a liberdade de expressão", indicou o repórter.
O subchefe da comissão cultural dos talibãs, Ahmadullah Wasiq, garantiu ao canal "Tolo" que o incidente está sendo investigado".
A denúncia da agressão acontece dias depois que os insurgentes, que tomaram o controle do Afeganistão, indicaram que seria garantida a independência e a liberdade dos meios de comunicação no país.
Várias organizações internacionais, no entanto, lançaram alertas nos últimos dias sobre a perseguição contra jornalistas afegãos, temendo que seja o princípio de práticas de repressão da informação, como aconteceu durante o regime talibã que durou de 1996 a 2001.