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'Liga Árabe sinaliza mudança na postura com Israel', diz diplomata

Cônsul israelense em São Paulo analisa os acordos que Israel assina nesta terça-feira (15), em Washington, com Emirados Árabes e Bahrein

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Israel sela acordo com Emirados e Bahrein
Israel sela acordo com Emirados e Bahrein Israel sela acordo com Emirados e Bahrein

Só o fato de a Liga Árabe não ter formalizado uma posição contrária e ainda estar debatendo os acordos de paz que Israel assina nesta terça-feira (15), em Washington, com os Emirados Árabes e o Bahrein, aponta uma mudança na região, segundo o cônsul israelense em São Paulo e Sul do Brasil, Alon Lavi.

Veja também: Bahrein é o segundo país árabe a aderir ao acordo de paz com Israel

A entidade, anteriormente, se mostrava com frequência fechada a qualquer negociação com Israel. Outros países deverão selar em breve um entendimento com Israel, deixando ainda mais aberto, na visão do diplomata, um caminho de cooperação.

"A Liga Árabe, composta por 22 membros, vem sinalizando uma mudança histórica do seu posicionamento em relação a Israel", afirmou.

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Em ocasiões anteriores, como em 1997, a Liga Árabe já determinou, por uninimidade, que seus países-membros congelassem relações com Israel, até mesmo os que já haviam formalizado relações diplomáticas, como Egito e Jordânia. Determinações como essa eram comuns em episódios que envolviam a construção de assentamentos nos territórios ocupados.

A assinatura desta terça marcará, de uma só vez, a conciliação de Israel com dois países da Liga Árabe. Os já citados Egito e Jordânia já têm uma paz formalizada, que, no entanto, havia demorado muito mais para acontecer. Israel e Egito assinaram o primeiro tratado de paz em 1979. Quinze anos depois, em 1994, um acordo de paz foi assinado com a Jordânia.

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"Este acordo é o maior avanço dos últimos anos rumo à estabilidade no Oriente Médio e abre as portas para relações diplomáticas completas entre os países, com o estabelecimento de embaixadas, voos diretos e inúmeros outros acordos bilaterais, contribuindo para a economia de ambos, o intercâmbio cultural e o turismo", observou. 

A velocidade da aproximação atual é inédita. Lavi conta que, no ano passado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi convidado pelo sultão de Omã para viajar ao país em uma visita histórica, ainda que os países não tenham relações diplomáticas formais. E em relação ao Sudão, um acordo também é iminente, segundo ele.

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"O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Sudão afirmou há pouco tempo que não existe razão para a manutenção de hostilidades entre os dois países. O Sudão, que já se destacou na negação das relações entre o mundo árabe e Israel, faz também uma mudança histórica em seu discurso, o que, sem dúvidas, trará uma gama enorme de oportunidades para as nossas nações", destacou.

Em relação às grandes potências europeias, como França, Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha, que não endossaram os acordos, afirmando que as populações locais não foram ouvidas, Lavi observa que a paz trará benefícios para todos, inclusive para as populações locais.

"A alavanca desses acordos de paz é olhar para o futuro em vez de deixar o passado impor o presente. Um Oriente Médio mais estável, com menos violência e, principalmente, com mais futuro e oportunidades de trabalho para a população jovem vai poder proporcionar uma situação melhor para o mundo inteiro. A Europa é um dos maiores parceiros comerciais de Israel e será benéfico para todos podermos estabelecer um triângulo comercial entre Israel, a região do Oriente Médio e a União Europeia.", disse, citando a Hungria como um dos representantes da União Europeia que estarão presentes na cerimônia.

A falta de resolução para a questão palestina ainda é o fator que tem impedido a Liga Árabe de apoiar formalmente todos os acordos de seus países com Israel, conforme afirmou no fim de agosto o secretário-geral da entidade, Ahmed Aboul Gheit.

Na ocasião, Gheit ressaltou que o pleno estabelecimento de relações de paz entre Israel e árabes só será possível se a Palestina "obtiver liberdade", com o fim da "ocupação israelense" e com a criação de um Estado palestino independente com plena soberania sobre o território.

De forma inédita, porém, ele admitiu que estabelecer relações de paz com Israel é uma "opção estratégica para os países árabes", reconhecendo a existência do Estado de Israel.

Segundo Lavi, Israel está disposta a estender o diálogo pretendido pela Liga Árabe, em busca de solucionar a questão palestina.

Ele citou como exemplo a postura do governo em deixar de lado, neste momento, o processo de anexação de territórios na Cisjordânia. E considera que o plano de paz elaborado pelo governo americano pode ser um ponto de partida para resolver o conflito entre palestinos e israelenses.

"Israel suspendeu a extensão de sua soberania às áreas da Judeia e Samaria. É uma oportunidade para os nossos vizinhos palestinos retornarem às negociações com base na plena e equilibrada Iniciativa de Paz do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", completou.

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