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Macron e Biden prometem restabelecer confiança após crise

Imbróglio entre nações começou após os EUA anunciarem parceria com a Austrália e atrapalhar negociação de submarinos franceses

Internacional|

Emmanuel Macron deve receber Joe Biden na Europa em outubro
Emmanuel Macron deve receber Joe Biden na Europa em outubro Emmanuel Macron deve receber Joe Biden na Europa em outubro

Seis dias depois do início da crise dos submarinos, Joe Biden e Emmanuel Macron anunciaram "compromissos" para reconstruir a confiança entre os governos dos Estados Unidos e da França, ao mesmo tempo em que o presidente norte-americano reconheceu que "consultas prévias" teriam evitado as tensões.

Durante uma esperada conversa por telefone, os dois presidentes negociaram uma saída da crise diplomática mais grave entre Estados Unidos e França desde o "não" francês para a guerra do Iraque, em 2003.

Macron e Biden concordaram que "consultas abertas entre aliados" poderiam ter "evitado esta situação".

"O presidente Biden expressou seu compromisso permanente com esta questão", acrescentou um comunicado conjunto. A França chegou a acusar Biden de se comportar como seu antecessor Donald Trump.

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O tom da conversa foi "amistoso" e Biden "espera" que a reunião se torne "um passo rumo à normalidade" entre os dois aliados, informou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, durante coletiva de imprensa.

Os dois chefes de Estado se encontrarão "na Europa no final de outubro", onde está prevista a participação do presidente dos EUA na cúpula do G20 em Roma nos dias 30 e 31 e em seguida na COP-26 em Glasgow, no início de novembro.

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Até lá, eles decidiram lançar "um processo de consulta aprofundada com o objetivo de estabelecer as condições para garantir a confiança e propor medidas concretas para a concretização dos objetivos comuns".

Nesse contexto de apaziguamento, o embaixador da França nos Estados Unidos, Philippe Etienne, retornará a Washington "na próxima semana", decidiu Macron.

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Os franceses haviam anunciado na sexta-feira (17) a retirada dos embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália, uma decisão inédita com dois aliados históricos, após o cancelamento de um mega-contrato de submarinos franceses a serem adquiridos pela Austrália.

"As mensagens são boas", com o reconhecimento de que deveria ter ocorrido "uma comunicação melhor", comentou Benjamin Haddad, diretor europeu do think tank Atlantic Council.

“Os americanos entenderam que o principal choque em Paris não foi tanto o aspecto comercial, mas mais a quebra de confiança”, acrescentou, alertando que “nem tudo se supera da noite para o dia com uma conversa”.

"Importância estratégica"

Com tom comedido e consensual, em contraste com as trocas dos últimos dias, o comunicado conjunto reitera que "o compromisso da França e da União Europeia na região Indo-Pacífico é de importância estratégica".

Em visita a Washington, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson também disse que a aliança Aukus "não é exclusiva" e que "não tenta excluir ninguém".

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediu uma "maior confiança" com os Estados Unidos ao se reunir com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Nova York.

Biden também adotou um tom conciliador na conversa com Macron, destacando que é "necessário que a defesa europeia seja mais forte e mais eficiente" para contribuir para a segurança transatlântica e para cumprir "o papel da Otan".

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A crise abriu um debate na França, mas também em outros países da União Europeia, sobre a necessidade de uma maior soberania europeia em termos de defesa para se libertar do guarda-chuva americano.

Mas as capitais mais atlantistas, como Copenhague, um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos na Europa, expressaram publicamente suas reservas. Nesse sentido, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou "absolutamente" não entender as críticas feitas a Washington e defendeu o "muito leal" Joe Biden.

Na França, alguns políticos querem ainda colocar na mesa a questão da participação da França na liderança integrada da organização transatlântica.

A França voltou à Otan em 2009 nas mãos de Nicolas Sarkozy, 43 anos depois de deixá-la sob o governo do general Charles de Gaulle.

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