Foi convocada uma reunião do CMC (Conselho do Mercado Comum) do Mercosul em Montevidéu no final de julho para debater o impasse a cerca da transferência da Presidência temporária do grupo para a Venezuela, que sofre forte oposição de Brasil, Argentina e Paraguai.
Para o chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, atualmente na liderança do organismo, existe um "grande problema". "Existe uma posição bastante firme de cada um dos países do Mercosul", acrescentou.
Brasília, assim como o governo de Buenos Aires, alega as severas crises econômica e política pelas quais passam o país como motivo.
Presidente da Venezuela declara controle militar de cinco portos
Militares da Venezuela vão coordenar distribuição de alimentos e remédios
Além disso, existem boatos de que os membros do Mercosul temem que, uma vez na liderança do bloco, as autoridades de Caracas possam desacelerar o tão esperado acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), cujas negociações tomaram novo fôlego.
Entre os membros do Mercosul, o Paraguai é o maior crítico de Caracas.
A Chancelaria paraguaia, inclusive, tenta debater a aplicação do Protocolo de Ushuaia, que prevê a suspensão de um país do bloco caso exista ruptura diplomática. Diante do tenso clima político na região, a Cúpula de Presidentes do Mercosul, que estava marcada para julho, chegou a ser cancelada.
Fazem parte do CMC os ministros de Exterior e de Economia dos países do bloco, sendo o principal organismo do Mercosul após a Cúpula de Presidentes.