O ministro do Interior da Estônia, Mart Helme, anunciou nesta segunda-feira (9) a saída do governo, após a repercussão negativa por ter chamado o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de corrupto e ter afirmado sobre fraude no pleito americano.
"Após calúnias e mentiras veiculadas pela imprensa estoniana, ontem à noite decidir renunciar. Estou cansado. Não fiz nada que pudesse colocar em risco a segurança da Estônia. Não disse nada que não foi dito pela imprensa dos Estados Unidos, pela imprensa livre os Estados Unidos", disse o político.
Integrante do Partido Popular Conservador, de extrema-direita, Helme garantiu que preferiu deixar o governo para manter a estabilidade da coalizão que comanda a Estônia.
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O ministro do Interior fez as afirmações sobre Biden e o pleito americano em um programa de rádio, o que gerou críticas quase imediatas do primeiro-ministro da antiga república soviética, Jüri Ratas.
"Críticas mal-educadas, baseadas em informação espúria e 'fake news' não são apropriadas para os ministros a República a Estônia" disse o chefe de governo, que destacou a importância das relações bilaterais do país com os Estados Unidos.
Na entrevista coletiva que concedeu hoje, Helme falou em tom desafiador, antes de retornar a ocupar uma cadeira do Parlamento estoniano.
"Não podem me calar. Ninguém pode me falar. O primeiro-ministro não pode me falar, o presidente, os jornalistas não podem me calar", afirmou.
Além de classificar Biden como "corrupto", Helme garantiu dias atrás que o candidato americano com mais votos populares e com mais delegados garantidos no Colégio Eleitoral - que escolhe o presidente dos EUA -, foi escolhido pelo Serviço Secreto americano para vencer.
Além disso, também atacou o filho do democrata, Hunter, apontou que o resultado das eleições foi forjado e que não existe democracia nos Estados Unidos.