A Odebrecht concordou em pagar U$ 220 milhões (aprox. R$ 685 milhões) em multas e vai cooperar com investidores do Panamá que apuram as denúncias de subornos a funcionários panamenhos, afirmou na terça-feira (1º) o procurador-geral do país centro-americano. A cifra é a mais alta de uma negociação firmada entre o grupo baiano e um país no exterior.
A multa inclui U$ 100 milhões por usar o sistema bancário panamenho para atividades ilícitas, disse o procurador-geral, Kenia Porcell.
— Esta é uma mensagem clara para todos de que você não pode usar bancos panamenhos para realizar atos de lavagem de dinheiro", disse Porcell em entrevista coletiva. O Panamá é considerado um paraíso fiscal.
Procurados pela reportagem, representantes da Odebrecht Panamá não estavam disponíveis para comentar.
A Odebrecht é acusada de pagar centenas de milhões de dólares em subornos para a realização de projetos de infra-estrutura em 12 países, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia, México, Venezuela e Panamá, entre 2002 e 2016.
Funcionários panamenhos estão investigando 43 pessoas relacionadas a projetos contratados durante as últimas três gestões presidenciais. As autoridades congelaram US $ 56 milhões em ativos na Suíça e Andorra com relação com as denúncias.