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Ordens para ataques em Santa Catarina saíram de dentro dos presídios

Internacional|Do R7

Brasília, 7 fev (EFE).- As autoridades de Santa Catarina confirmaram nesta quinta-feira que a onda de violência que afeta o estado há dez dias foi ordenada por grupos que operam de dentro dos presídios. O que até agora era somente uma suspeita se transformou em convicção para o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Aldo Pinheiro D'Ávila, que garantiu aos jornalistas que "não existem dúvidas" sobre a origem da onda de vandalismo. "Não há indícios. Tenho a plena convicção, plena certeza, de que as ordens para os ataques desse tipo de modalidade criminosa, que se aproxima do terrorismo, partiram de organizações que atuam dentro dos presídios catarinenses", declarou D'Ávila. Florianópolis, capital do estado, e outras cidades vizinhas foram alvo nos últimos dez dias de reiterados atentados contra ônibus de transporte público, delegacias e estacionamentos, nos quais foram incendiados dezenas de veículos. Os ataques ocorrem sempre durante a noite e, segundo balanços parciais, nesta madrugada foram incendiados outros dois ônibus e um automóvel particular. Com estes novos incidentes, o número de atentados já chega a 73 em 23 cidades. Para tentar botar um ponto final à violência, as autoridades decidiram proteger com escolta policial os ônibus de transporte público e restringir sua circulação durante a madrugada, mas isso não bastou para controlar a ação dos vândalos. A violência recrudesceu depois que confirmada a autenticidade de uma gravação feita por um detento e entregue a um veículo de imprensa. Nas imagens, feitas dentro de uma prisão, se via um grupo de presos, nus e ajoelhados, sendo maltratados por vários agentes. D'Ávila admitiu que esse vídeo pode ter contribuído para a onda de violência, mas sustentou que mais "determinantes" para a reação dos presos foram diversas medidas adotadas para conter o tráfico de drogas dentro dos presídios. Disse ainda que, durante a última semana, foram detidas 30 pessoas suspeitas de participar dos ataques e afirmou que a maioria tem contatos com os chefes dos grupos que operam nas prisões. A situação em Santa Catarina gerou preocupação no Governo Federal e levou o Ministério da Justiça a oferecer o envio de agentes da Força Nacional de Segurança, batalhão especialmente preparado para fazer frente a desordens públicas. Essa oferta será estudada pelas autoridades de Santa Catarina, que, além disso, solicitaram a mudança de dezenas de presos a outros estados, a fim de tentar enfraquecer os grupos formados em prisões catarinenses. As autoridades suspeitam que esses bandos têm vínculos com a principal facção criminosa de São Paulo, surgida há mais de dez anos em prisões do estado e que desde então provocou diversas ondas de violência na região. A última ocorreu entre maio e outubro do ano passado e causou a morte de cerca de 100 policiais de São Paulo, que em muitos casos foram assassinados quando não estavam de serviço. Essa onda de ataques acabou em São Paulo sem explicações, tal como tinha começado, mas abriu passagem para uma sequência de atentados em Santa Catarina, onde 27 ônibus foram incendiados em uma semana. Essa coincidência levou às autoridades a concluir que existem nexos entre o grupo paulista e os que operam nas prisões de Santa Catarina e a temer que esse estado seja um novo tentáculo da facção, que teve vínculos até com narcotraficantes paraguaios. EFE ed/rsd

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