O partido nacionalista Sinn Fein foi o grande vencedor das eleições gerais na República da Irlanda, realizadas no domingo (9). A legenda recebeu a maior votação popular e registrou o maior aumento no Parlamento, segundo a apuração divulgada nesta segunda-feira (10).
Antigo braço político do IRA (Exército de Libertação Irlandês), o partido, que defende uma reunião da Irlanda com a Irlanda do Norte, teve 24,53% dos votos, quase o dobro da eleição passada. Com isso, a presidente do partido, Mary Lou McDonald, se consolidou como uma das principais lideranças do país.
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No entanto, como inscreveu menos candidatos do que os outros partidos (apenas 42 em 160 distritos), o Sinn Fein ficou com a segunda maior bancada do parlamento, com 37 assentos, 15 a mais do que na eleição passada.
O Partido Republicano, o Fianna Fail, de tendência conservadora, ficou com 38 vagas no Parlamento, 7 a menos do que em 2016. Já o Fine Gael, partido do atual primeiro-ministro, Leo Varadkar, foi o grande derrotado: perdeu 12 parlamentares e caiu para a terceira bancada da casa. Adversárias históricas, as duas legendas podem se aliar para não permitir um governo do Sinn Fein.
Negociações e oposição
A partir de terça-feira (11), começarão as negociações entre os diversos partidos para a formação de um novo governo na Irlanda. Por não ter vencido claramente a eleição, o Sinn Fein pode até ficar na oposição, mas ainda assim terá uma grande influência nas votações do parlamento.
Com isso, as futuras negociações entre o país e o Reino Unido, que deixará definitivamente a União Europeia no fim do ano, deverão passar por cima de votos do partido.
O Sinn Fein se tornou o principal representante da esquerda irlandesa desde que o Partido Trabalhista local se uniu aos conservadores do Fianna Fail e do Fine Gael no início da década passada para aprovar medidas de austeridade, que paralisaram a economia do país e se revelaram extremamente impopulares.