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População mundial vai começar a encolher em 50 anos

Queda drástica nas taxas de fertilidade vai mudar o perfil do planeta, alterando os padrões da força de trabalho e as relações de poder entre países

Internacional|Da EFE

Padrões da população mundial mudarão radicalmente na segunda metade do século
Padrões da população mundial mudarão radicalmente na segunda metade do século Padrões da população mundial mudarão radicalmente na segunda metade do século

A população mundial começará a diminuir a partir da segunda metade deste século, o que, juntamente com a queda da fertilidade em certos países, levará a mudanças significativas no equilíbrio global do poder.

É o que indica um estudo preparado pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington (IHME), fornece projeções globais, regionais e nacionais sobre economia, população, mortalidade, fertilidade e migração em 195 países.

VEJA TAMBÉM: População do Brasil deve encolher em quase 50 milhões até o fim do século, aponta estudo

O relatório, divulgado hoje pela revista científica The Lancet, prevê que a população mundial atingirá um pico de cerca de 9,7 bilhões em 2064, mas cairá para 8,8 bilhões até o final do século, um declínio de mais de 50% em 23 países, incluindo Japão, Tailândia, Itália e Espanha.

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Na grande maioria dos países analisados, 183 de 195, a Taxa de Fertilidade Total (TFR) estará em níveis que não permitirão manter o tamanho de suas populações, a menos que sejam implementadas políticas de imigração liberais, adverte o estudo.

A TFR geral poderia cair de 2,37 em 2017 para 1,66 em 2100, bem abaixo da taxa mínima de 2,1 necessária para manter estáveis os números da população - o que os cientistas chamam de "nível de reposição".

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Dessa forma, o estudo prevê "enormes mudanças" na "estrutura etária global" até 2100, quando cerca de 2,37 bilhões de pessoas terão mais de 65 e 1,7 bilhões com menos de 20 anos.

China encolhendo, África crescendo

China terá declínio de pessoas em idade de trabalhar
China terá declínio de pessoas em idade de trabalhar China terá declínio de pessoas em idade de trabalhar

Nesse contexto, a Índia e a China passariam por grandes declínios quanto às pessoas em idade de trabalhar, o que retardaria seu crescimento econômico e causaria mudanças no equilíbrio de poder global.

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Embora os especialistas prevejam que a China substituirá os Estados Unidos como a maior economia do mundo em termos de produto interno bruto (PIB) em 2035, ela poderá experimentar um declínio demográfico rápido a partir de 2050, com uma redução de 1% em sua força de trabalho, de 950 milhões em 2017 para 357 milhões em 2100. Assim, os EUA voltariam ao topo até 2098, desde que a imigração continue alimentando a sua força de trabalho.

Por outro lado, o estudo aponta que a Índia poderia ser o único país asiático capaz de proteger sua força de mão de obra, apesar do fato de que a população ativa cairia de 762 milhões em 2017 para 578 milhões em 2100, o que colocaria seu produto interno bruto em terceiro lugar - há três anos, apareceu em sétimo.

Na Europa, o Reino Unido, a Alemanha e a França permaneceriam no 'top 10' do ranking do PIB no final do século, enquanto a Itália e a Espanha cairiam para a 25ª e a 28ª posições, respectivamente. O fator preponderante é que suas populações aumentaram de um pico de 61 milhões em 2014 e 46 milhões em 2017, nessa ordem, para mínimos de 30,5 milhões e 23 milhões em 2100.

O aumento das populações dos países da África Subsaariana fortaleceria o poder dessa região na geopolítica global, com uma posição particularmente dominante para a Nigéria.

As projeções dos autores para esse país apontam que ele seria o único entre os dez mais populosos do mundo a aumentar sua força de trabalho, de 86 milhões em 2017 para 458 milhões em 2100, um aumento que elevaria seu PIB para a nona colocação, quatro à frente de três anos atrás.

Nigéria seria único país entre 10 mais populosos a aumentar sua força de trabalho
Nigéria seria único país entre 10 mais populosos a aumentar sua força de trabalho Nigéria seria único país entre 10 mais populosos a aumentar sua força de trabalho

Repensar políticas migratórias

"O crescimento populacional contínuo ao longo do século não é mais a trajetória mais provável. Este estudo oferece uma oportunidade para os governos de todos os países começarem a repensar suas políticas sobre imigração, trabalho e desenvolvimento econômico para enfrentar os desafios apresentados pelas mudanças demográficas", afirmou o diretor do IHME, Christopher Murray, em comunicado.

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Os autores lembram que para aqueles países com altos índices com PIB elevado, mas taxas de fertilidade incapazes de compensar a perda de população, a melhor solução para manter os níveis atuais, crescimento econômico e segurança geopolítica é aplicar políticas de migração abertas. E sugerem que haja apoio para que as famílias tenham o número de filhos desejado.

"Há um perigo muito real, no entanto, que diante do declínio populacional, alguns países possam considerar políticas que restrinjam o acesso aos serviços de saúde reprodutiva, com consequências potencialmente devastadoras. É imperativo que a liberdade e os direitos das mulheres estejam na vanguarda da agenda de desenvolvimento de todo governo", concluiu Murray.

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