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Preços dos alimentos atingem nível recorde no mundo devido à guerra na Ucrânia

Agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura informou que 38,3 milhões de pessoas podem ser afetadas em junho, caso medidas adequadas não sejam tomadas

Internacional|

Menino ucraniano come um pão em estação ferroviária em Przemysl, no leste da Polônia
Menino ucraniano come um pão em estação ferroviária em Przemysl, no leste da Polônia Menino ucraniano come um pão em estação ferroviária em Przemysl, no leste da Polônia

Os preços mundiais dos alimentos atingiram "um nível sem precedentes" em março devido à guerra na Ucrânia, que afeta seriamente o comércio de cereais e óleos vegetais, anunciou nesta sexta-feira (8) a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

Os preços das matérias-primas agrícolas, como trigo, girassol ou milho, continuam a disparar à medida que se intensifica o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, os principais exportadores mundiais desses produtos.

O índice da FAO, que se baseia na variação mensal mundial dos preços de uma cesta de produtos básicos, registrou alta de 12,6% em março, em relação a fevereiro, quando já havia batido recorde desde sua criação, em 1990, disse a organização em um comunicado.

A FAO destaca que o preço dos cereais “aumentou 17,1% em relação a fevereiro, principalmente devido ao trigo e outros grãos grossos, aumentos causados ​​pela guerra na Ucrânia”.

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O bloqueio dos portos ucranianos explica essa alta histórica. A Ucrânia é o quinto maior exportador mundial de trigo.

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, o mar de Azov foi fechado ao transporte e as exportações dos portos de Berdyansk e Mariupol foram bloqueadas.

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O preço do milho também "registrou um aumento mensal de 19,1%, atingindo um nível recorde, assim como o da cevada e o do sorgo", disse a FAO em seu relatório de março. A Ucrânia pediu na quinta-feira à União Europeia ajuda urgente para os agricultores.

A Comissão Europeia coordenará os embarques, que incluem "combustível, sementes e fertilizantes" ou máquinas agrícolas, de acordo com o comissário de agricultura Janusz Wojciechowski.

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Risco de crise alimentar global

Os preços dos alimentos também subiram devido aos óleos vegetais, que aumentaram 23,2% em um mês, impulsionados principalmente pelo óleo de girassol, do qual o principal exportador mundial é a Ucrânia.

Os preços dos óleos de palma, soja e colza também aumentaram, devido à ausência do óleo de girassol nos supermercados.

Na França, por exemplo, óleo, farinha ou massa tornaram-se escassos em algumas lojas, principalmente devido às compras dos consumidores, que temem a escassez.

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Na terça-feira, o presidente russo Vladimir Putin propôs "monitorar" as entregas de alimentos a países "hostis" ao Kremlin, em meio à escalada de sanções contra as operações militares russas na Ucrânia.

A FAO também indica que, como resultado do conflito, a fome no Sahel e na África Ocidental, uma região altamente dependente das importações de grãos da Rússia e da Ucrânia, pode piorar.

Se medidas adequadas não forem tomadas, a fome poderá afetar 38,3 milhões de pessoas em junho, segundo a instituição.

A pedido do presidente do Níger, Mohamed Bazum, vários países, entre os quais Estados Unidos e França, comprometeram-se na quarta-feira a aumentar a sua ajuda às populações dessa zona num montante de 1,79 milhão de euros (1,95 milhão de dólares).

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