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Premiê britânico pede adiamento da decisão do Brexit para 2020

Após sofrer duro revés no Parlamento, Boris Johnson solicitou novo prazo à União Europeia, contrariando sua vontade de finalizar o processo agora

Internacional|*

Centenas de milhares de pessoas participam de protesto neste sábado (19) em Londres
Centenas de milhares de pessoas participam de protesto neste sábado (19) em Londres Centenas de milhares de pessoas participam de protesto neste sábado (19) em Londres

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu à União Europeia um novo adiamento – para o fim de janeiro – da saída do Reino Unido do bloco, prevista para o dia 31, após sofrer um duro revés no Parlamento.

Os deputados britânicos decidiram adiar sua decisão sobre o novo acordo do Brexit, mudando os planos do governo de realizar a separação até o fim do mês.

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Em uma sessão especial do Parlamento, que deveria ratificar o tratado alcançado na quinta-feira entre Londres e os 27 países-membros da UE, os deputados aprovaram por 322 votos a 306 uma emenda a partir da qual ele não será aceito até que se tenha aprovado toda a legislação necessária para sua adoção.

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Os deputados aprovaram no mês passado uma lei – Benn Act – obrigando Johnson a pedir um novo adiamento caso o acordo não fosse confirmado ontem.

Apesar de a ameaça de prisão que consta na lei, Johnson insistia que preferia a morte a pedir um novo adiamento do Brexit.

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Segundo o governo britânico, Johnson enviou a carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pedindo o novo adiamento em nome do Parlamento, mas não a assinou.

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Em outra carta, esta sim assinada, o premiê diz que não queria a prorrogação, “que pode prejudicar os interesses do Reino Unido, de seus parceiros na UE e o relacionamento entre eles”, mas se viu forçado a solicitá-la em razão do Benn Act, do qual ele anexou uma cópia.

Tusk confirmou na sexta-feira (18) à noite no Twitter que recebeu as cartas e iniciará consultas com os líderes da UE sobre a decisão a ser tomada.

Para ser efetivo, o terceiro adiamento precisa ser aprovado de maneira unânime pelos outros 27 países do bloco.

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Emenda

O idealizador da emenda que adiou o que deveria ser uma votação histórica no Parlamento foi o ex-ministro conservador Oliver Letwin, deputado independente desde que foi expulso de seu Partido Conservador, em setembro por votar contra o governo.

Letwin disse que respalda o acordo anunciado na quinta-feira (17) entre Londres e Bruxelas, mas pretendia evitar uma armadilha dos eurocéticos mais teimosos: ele temia que estes votassem em favor do texto ontem e contra a legislação nos próximos dias, o que levaria o país a um catastrófico Brexit sem acordo no fim do mês.

Enquanto os deputados debatiam, dezenas de milhares de pessoas protestavam no centro de Londres e exigiam um segundo referendo para tirar o país da crise iniciada com a consulta de 2016, quando o Brexit venceu com 52% dos votos.

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O novo acordo retoma o que foi negociado pela ex-premiê Theresa May, mas modifica o ponto de maior discussão: como evitar uma fronteira física entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, país membro da UE, para preservar o frágil acordo de paz da Sexta-Feira Santa, que em 1998 encerrou três décadas de conflito violento.

O pacto alcançado na quinta-feira prevê uma solução técnica complexa, com a qual a província britânica continuaria a ser administrada por algumas regulamentações do Mercado Comum Europeu e permaneceria de fato em uma união alfandegária com a UE, embora permanecesse legalmente na mesma zona aduaneira que o restante do Reino Unido.

A ideia enfrenta uma forte oposição do partido unionista norte-irlandês DUP, que não deseja que seu território receba um tratamento diferente do restante do Reino Unido.

Contrários a qualquer tipo de Brexit, também votarão contra o governo os nacionalistas escoceses do SNP e os centristas do Partido Liberal-Democrata.

Os deputados do Partido Trabalhista, a principal força da oposição, também receberam ordem para rejeitar o texto. Embora alguns, procedentes de circunscrições eleitorais partidárias do Brexit, possam apoiar o governo.

Se o texto for rejeitado, o país mergulhará ainda mais no caos e arrastará uma UE cansada por uma questão que já deu por encerrada duas vezes.

*Com AFP, AP e Reuters

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