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Protestos contra Macron paralisam metrôs e serviços na França

Metrôs, trens e viagens aéreas foram canceladas, a Torre Eiffel foi fechada e escolas não tiveram aulas. Manifestantes lutam contra mudança nas pensões

Internacional|Do R7, com EFE

Manifestantes protestam contra reforma da previdência
Manifestantes protestam contra reforma da previdência Manifestantes protestam contra reforma da previdência

Milhares de franceses foram às ruas nesta quinta-feira (5) para protestar contra as mudanças no sistema de previdências propostas por Macron.

Metrôs e trens foram paralisados, com um a cada oito funcionando, e em algumas regiões eles não rodaram.

A Sociedade Nacional de Ferroviários aponta que 55,6% dos trabalhadores apoiaram a greve, porcentagem ainda maior em cargos essenciais para o funcionamento dos trens, como maquinistas (85,7%) e operadores de revisão (73,3 %).

Hospitais também tiveram os serviços afetados com a greve. A Torre Eiffel, principal cartão turístico da cidade, ficou fechada.

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Em algumas escolas, as aulas foram canceladas. Segundo a NBC, 51% dos professores de escolas primárias e 42% dos professores de escolas do fundamental participaram dos protestos. 

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A Air France também cancelou cerca de 30% dos voos domésticos e 9 entre 10 trens do país tiveram as viagens canceladas.

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A polícia da cidade orientou donos de restaurantes, cafés e lojas a fecharem os negócios durante os protestos, que passaram pelas principais avenidas da cidade, por medo de violência ou confusão.

Segundo o jornal americano The New York Times, o protesto seguiu de maneira pacífica a maior parte do dia, com alguns confrontos entre manifestantes e policiais perto do Place de la République, o prédio do governo.

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Carros foram incendiados e policiais tiveram que disparar bombas e gás lacrimogêneo para espantar os grupos.

A polícia anunciou que 71 pessoas foram presas durante os protestos e alguns oficiais pediram para fazer “checagens preventivas” entre os manifestantes. As checagens foram adotadas durante os protestos dos coletes amarelos e o medo de algum ataque terrorista ou violento acontecer durante as aglomerações.

O novo sistema de previdências

Na França, assim como no Brasil, algumas categorias de profissionais tem regras diferentes para aposentadoria. O plano de Macron sugere que todos os trabalhadores devam se aposentar com a mesma idade e sob a mesma regulamentação, para tornar o sistema mais "justo".

No país, funcionários de companhias aéreas e de trens conseguem se aposentar mais cedo, enquanto médicos e advogados conseguem pagar menos taxas. A ideia do governo é que todos os trabalhadores devam se aposentar aos 62 anos e as pessoas com trabalhos com maior demanda física podem se aposentar antes.

Apesar disso, sindicatos não concordam com o plano e alegam que a população vai acabar trabalhando mais e a aposentadoria pode ser menor.

Greve sem final à vista

O verdadeiro problema para Macron é que esta greve é indefinida, e os piores presságios indicam que pode durar semanas, talvez até o Natal.

Em 1995, uma mobilização de três semanas contra uma reforma semelhante promovida pelo então primeiro-ministro Alain Juppé acabou fracassando o projeto.

Macron se reuniu nesta quinta-feira com o Conselho de Ministros e, segundo a imprensa francesa, pediu ao governo para que "não subestime" as mobilizações de hoje, mas que, ao mesmo tempo, se mantenha firme na necessidade de reformar o sistema.

A rejeição ao plano não se concretizou apenas na greve, mas também nas manifestações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas nas cidades francesas.

Na opinião do aposentado Yves Saintemarie, que viajou de uma cidade perto da capital para participar do protesto em Paris, "pode ser necessário reformar as pensões, mas preservando os direitos adquiridos, pois este sistema é muito mais justo do que o que eles propõem".

"Não se trata apenas de pensões, mas de pessoas no geral que vivem na pobreza e na precariedade. Eu sou um 'colete amarelo' e um sindicalista, e é necessário que nossas lutas se unam, é preciso derrubar esse governo que nos mata", disse à Agência Efe.

Outra manifestante, a monitora de circo Catherine Luzet, de 60 anos, confessou que não esperava uma reação de Macron depois do dia de hoje, mas "uma consciência de todas as pessoas, para que escutem as palavras de seus irmãos e irmãs".

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