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Rússia bombardeia Odessa e frustra evacuação de civis de Mariupol, segundo Ucrânia

Cerca de 200 habitantes de Mariupol se dirigiram ao local de onde deveriam ser removidos, mas foram 'dispersos' pelos militares russos, afirmou o vice-prefeito da cidade

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Ucranianos esperam antes de embarcar em um ônibus para deixar a cidade de Mariupol
Ucranianos esperam antes de embarcar em um ônibus para deixar a cidade de Mariupol Ucranianos esperam antes de embarcar em um ônibus para deixar a cidade de Mariupol

A Ucrânia acusou neste sábado (23) a Rússia de frustrar uma nova tentativa de evacuar civis de Mariupol e de semear "terror" com bombardeios que deixaram pelo menos oito mortos em Odessa.

A Rússia assumiu o bombardeio de um arsenal de armas ocidentais na região de Odessa, enquanto a Ucrânia alegou ter reconquistado três aldeias perto da fronteira russa na região de Kharkov, no leste do país, após "ferozes batalhas".

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu um encontro com seu homólogo russo, Vladimir Putin, para "acabar com a guerra", que está prestes a entrar em seu terceiro mês desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

"Acho que quem começou a guerra poderá acabar com ela", disse Zelenski, em coletiva de imprensa em uma estação de metrô de Kiev.

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Ele, no entanto, ameaçou abandonar quaisquer negociações se a Rússia matar os soldados ucranianos entrincheirados na gigante siderúrgica Azovstal, em Mariupol, cidade portuária no mar de Azov que está sitiada e sendo bombardeada desde o início de março.

Cerca de 200 habitantes de Mariupol se dirigiram ao local de onde deveriam ser removidos, mas foram "dispersos" pelos militares russos, afirmou o vice-prefeito da cidade, Petro Andryushchenko.

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"Mais uma vez, os russos impediram uma evacuação", lamentou Andryushchenko, denunciando também que alguns dos moradores foram forçados a entrar em ônibus que os levaram para Dokuchaievsk, uma cidade ocupada pelos russos, a 80 km de Mariupol.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, alertou pela manhã que as forças russas poderiam organizar um corredor paralelo de evacuação para a Rússia. "Tenham cuidado", enfatizou. "Não sucumbam ao engano e à provocação."

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Um assessor presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovich, disse no sábado que as forças russas haviam retomado os ataques aéreos à siderúrgica. "Mas nossas defesas aguentam, apesar de uma situação tão difícil, e até fazem contra-ataques", afirmou.

Oito mortos em Odessa

Mais a oeste, os militares russos relataram que bombardearam com "mísseis de alta precisão" um importante arsenal perto de Odessa, onde "grandes quantidades de armas estrangeiras fornecidas pelos Estados Unidos e países europeus" estavam armazenadas.

Segundo Zelenski, os bombardeios em Odessa mataram oito civis e deixaram entre 18 e 20 feridos.

A Força Aérea ucraniana destacou no Facebook que as forças russas dispararam mísseis de bombardeiros Tu-95 sobre o mar Cáspio.

Dois mísseis atingiram uma instalação militar e dois edifícios residenciais. Outros dois foram destruídos pelo sistema de defesa aérea, de acordo com esse comunicado.

"O único objetivo dos ataques com mísseis russos em Odessa é o terror", disse o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, no Twitter.

Em Kharkov, os habitantes viveram uma noite de terror. "Não conseguíamos dormir, passamos a noite inteira em um corredor", contou Yelena, uma mãe, à AFP.

E na cidade de Guirske, na região de Lugansk, também no leste, o bombardeio deixou pelo menos seis mortos, informou o governador regional, Sergei Gaidai, por meio do Telegram.

No total, mísseis russos atingiram 22 instalações militares ucranianas neste sábado, incluindo três depósitos de armas e munições perto de Ilyichovka e Kramatorsk, no leste, que foram destruídos, indicou o Ministério da Defesa russo.

A conquista do sul e do leste da Ucrânia permitiria à Rússia estabelecer "um corredor terrestre" entre os territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região do Donbass, e a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

'Crimes de guerra'

Após dois meses de fogo contínuo da artilharia russa, a cidade de Lysychansk, a 14 km das forças terrestres russas, se transformou em uma cidade-fantasma.

Apenas um pequeno mercado coberto no centro da cidade continua a funcionar, fornecendo alimentos e outros mantimentos aos habitantes que restaram.

"Isso vai acabar mal", disse uma idosa na fila para comprar legumes, temendo um bombardeio semelhante ao que matou mais de 50 pessoas na estação ferroviária de Kramatorsk em 8 de abril.

A empresa americana de imagens de satélite Maxar Technologies divulgou na sexta-feira fotos que mostram duas grandes valas comuns nas cidades de Manhush e Vynohradne, na região de Mariupol.

Blinken em Kiev

O secretário-geral da ONU, António Guterres, viajará para Moscou nesta terça-feira e para Kiev na quinta-feira, uma sequência que Zelenski considerou desprovida de qualquer "lógica".

"A guerra está na Ucrânia, não há corpos nas ruas de Moscou. Seria lógico ir primeiro à Ucrânia e ver as pessoas, ver as consequências da ocupação", antes de visitar a Rússia, argumentou o líder ucraniano em coletiva de imprensa.

Zelenski também anunciou que no domingo receberá o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, junto com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Será a primeira visita oficial à Ucrânia de membros do governo Joe Biden desde a invasão russa.

Também em nível diplomático, a Turquia anunciou neste sábado que fechou o seu espaço aéreo a todos os voos russos para a Síria.

A medida constitui uma resposta contundente à invasão russa. Até agora, a Turquia manteve uma atitude de proximidade com a Rússia, apesar de ser membro da Otan.

A Rússia é um dos principais aliados do regime da Síria desde o início da guerra civil no país, em 2011.

Na Ucrânia, a guerra promete seguir se alongando. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou "realista" que se estenda até o fim de 2023.

E os Estados Unidos convidaram 40 países para uma reunião na Alemanha na terça-feira para discutir as necessidades de segurança da Ucrânia a longo prazo.

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