Os chefes dos governos da Sérvia e do Kosovo chegaram a um acordo nesta sexta-feira para normalizar as relações entre Belgrado e Pristina.
"Este acordo é a base para uma normalização de nossas relações", anunciou em sua conta no Twitter o ministro kosovar das Relações Exteriores, Enver Hoxhaj.
A chefe da diplomacia da União Europea (UE), Catherine Ashton, que esteve muito envolvida nestas negociações, comemorou o acordo e afirmou que isso aproxima os dois países da UE.
A UE indicou que sem um acordo que normalizasse suas relações, o futuro europeu da Sérvia ou do Kosovo estaria comprometido. Belgrado espera obter um acordo para começar suas negociações de adesão.
O secretário de Estado americano, John Kerry, também saudou o acordo histórico, e pediu que o pacto seja implementado rapidamente.
Kerry afirmou que o acordo "requer comprometimento e coragem política de ambos os lados".
"Eu aplaudo os governos do Kosovo e da Sérvia por terem tomado decisões difíceis que os deixarão mais próximos de seus objetivos de integração europeia", indicou o secretário de Estado em um comunicado.
Kerry pediu que "os dois países implementem agora os acordos de diálogo de forma rápida e total".
"Com isso, todos aqueles que vivem no Kosovo e na Sérvia poderão continuar a construir um futuro mais pacífico e próspero", concluiu.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou o acordo, indicou seu porta-voz Martin Nesirky.
Ban "felicita os líderes das duas partes por sua determinação e espera que este acordo possibilite um futuro melhor e uma estabilidade duradoura à região".
O chefe da ONU "estimula decididamente as partes a concluir este processo histórico e a adotar medidas concretas para aplicar o acordo de boa fé", acrescenta o comunicado da ONU.
As relações entre Pristina e Belgrado ficaram difíceis desde que Kosovo proclamou sua independência em 2008 e a Sérvia não a reconheceu.
O acordo está centrado fundamentalmente na organização administrativa do norte de Kosovo, região povoada majoritariamente por sérvios que não reconhecem a autoridade de Pristina.
Mas em Kosovska Mitrovica, no norte do território, os representantes políticos dos sérvios de Kosovo exigem a organização de um referendo na Sérvia sobre o acordo assinado nesta sexta-feira.
A Otan mantém uma força de cerca de 5.000 militares, composta essencialmente por soldados alemães, para garantir a segurança no norte de Kosovo.
csg-aje/csg/jls/msv/ahg/mr/cn/dm