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Sobreviventes do 7 de Outubro recuperam as últimas mensagens enviadas pelos parentes

Esse dia foi marcado por um ataque terrorista do grupo palestino Hamas, que deixou cerca de 1.200 israelenses mortos

Internacional|Do R7

Yaniv Hegyi, idealizador do projeto Memorial 710
Yaniv Hegyi, idealizador do projeto Memorial 710 Yaniv Hegyi, idealizador do projeto Memorial 710

Fotos, vídeos, mensagens de texto... Sobreviventes do kibutz Beeri, em Israel, recuperam as últimas mensagens dolorosas do WhatsApp que seus parentes enviaram durante o sangrento ataque do Hamas, a fim de preservar as evidências digitais do massacre.

"As pessoas documentaram os seus últimos momentos, enviaram selfies antes de serem mortas", explica Yaniv Hegyi, ex-secretário-geral desse kibutz, a segunda comunidade mais afetada em Israel, onde ao menos cem pessoas de uma população de 1.100 morreram nas mãos dos terroristas do grupo palestino em 7 de outubro.

Heygi, que estava no local durante o ataque, agora dirige um projeto chamado Memorial 710. Em seu telefone, ele guarda milhares de mensagens que ele e outros moradores receberam, de pessoas aterrorizadas que pediam ajuda.

"Há gritos em árabe e muitos tiros, venha rápido, eu imploro", diz uma dessas mensagens, acompanhada de emojis.

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Segundo as autoridades, cerca de 1.200 pessoas, a maioria civil, foram mortas no ataque do Hamas, o mais sangrento desde a criação do Estado de Israel, em 1948. Cerca de 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza, das quais 138 ainda estão detidas.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e bombardeou implacavelmente a Faixa de Gaza, deixando mais de 16,2 mil mortos, a maioria civil, segundo o Ministério da Saúde do grupo terrorista.

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Yaniv Hegyi, parecendo sério, afirma que quer "lutar para restaurar a verdade sobre o que aconteceu" no kibutz Beeri.

Insuportável, mas essencial

Hegyi contempla a criação de um mapa interativo para que futuros pesquisadores possam selecionar uma casa e visualizar as mensagens e as imagens do que aconteceu ali.

Por exemplo, "se uma menina de 13 anos me enviou uma mensagem de voz em que dizia: 'Por favor, minha mãe foi assassinada, meu irmão está morto e meu pai está gravemente ferido', [internautas] poderão ir ao local de onde foi feito o pedido de socorro e para ver o que aconteceu com essa família".

Para Hana Brin, uma antiga historiadora e residente de Beeri que concordou em partilhar as suas mensagens, o processo é doloroso, mas essencial.

"Essa documentação é produzida em tempo real e in loco, demonstra uma grande angústia e é, por isso, a mais autêntica", afirma a senhora, de 76 anos.

Raquel Ukeles, chefe das coleções da Biblioteca Nacional — responsável pela criação de uma base de dados para preservar esses arquivos — confirma isso.

"Esse tipo de compilação permite-nos defender a exatidão histórica contra qualquer declaração falsa e escandalosa", explica à AFP. "Mas é terrivelmente pessoal."

Até agora, cerca de cem sobreviventes de Beeri concordaram em participar do Memorial 710. Alguns relutam em partilhar os últimos sinais de vida de uma filha, neto ou mãe, palavras íntimas de amor enviadas antes de morrer.

"Não é fácil convencer a todos", admite Yaniv Hegyi . "Mas, quando eles decidem, algo mágico acontece. [...] Eles ficam livres daquele sentimento de desamparo que todos sentimos dentro dos quartos seguros."

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