A última estátua do ditador Francisco Franco que permanecia em espaço público na Espanha foi retirada nesta terça-feira (23), na cidade autônoma de Melilla, que está localizada no norte da África.
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Trata-se de uma das primeiras cidades onde ocorreu o levante militar de 1936, que resultou na Guerra Civil Espanhola e na posterior ditadura franquista.
A retirada da estátua coincidiu com o 40º aniversário do fracassado golpe militar de 1981, no país europeu.
Reparação histórica
A Espanha conta, desde 2007, com a chamada Lei de Memória Histórica, que foi aprovada no governo de José Luis Rodríguez Zapatero, voltada para a reparação moral dos perseguidos pela ditadura e que obriga a retirada dos símbolos e expressões de apoio.
A retirada da estátua da via pública aconteceu sem aviso prévio e durou cerca de uma hora, mediante um forte efetivo policial. Algumas pessoas conseguiram chegar até o local e acompanhar a retirada, além de registrá-la em foto ou vídeo.
O monumento foi retirado em um caminhão e levado para um prédio público municipal, segundo explicou o presidente da cidade de Melilla, Eduardo de Castro, que divulgou o ato nas redes sociais.
A retirada foi possível depois que, ontem, a Assembleia Municipal (equivalente à Câmara dos Vereadores), o aprovou, com respaldo de três partidos, o Ciudadanos, o Partido Socialista e a Coalizão por Melilla, que formam o governo local.
O conservador Partido Popular se absteve, e o partido de extrema-direita Vox votou contra.
Franco foi chefe de Estado da Espanha a partir de 1939, a partir da vitória das forças que se rebelaram contra a República, ficando no poder até morrer, em 1975, três anos antes do reestabelecimento da democracia.