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Vinte observadores da ONU detidos por rebeldes sírios em Golã

Internacional|

Rebeldes armados capturaram nesta quarta-feira 20 observadores da ONU nas colinas do Golã, na fronteira entre a Síria e Israel, um primeiro caso desse tipo na guerra na Síria.

Enquanto o conflito está prestes a completar três anos, as Nações Unidas anunciaram que a marca de um milhão de refugiados sírios foi ultrapassada, ressaltando que o país foi puxado para a "espiral de uma catástrofe absoluta".

"Cerca de 30 combatentes armados detiveram e capturaram cerca de 20 observadores" da Força de Observação de Separação (UNDOF), que "estavam realizando uma missão de apoio normal", declarou um porta-voz da ONU em Nova York.

A ONU não forneceu a nacionalidade dos observadores, mas o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG que se apoia em uma ampla rede de militantes e médicos, e diplomatas indicaram que eram filipinos.

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Segundo o OSDH, os sequestradores exigem a retirada do exército sírio dos arredores do setor de Jamla. Em um vídeo amador gravado por insurgentes, um rebelde acusa a FNUOD "de ajudar o exército sírio".

Em uma declaração adotada de forma unânime, os 15 membros do Conselho de Segurança "condenam veementemente a detenção por membros armados da oposição síria de mais de vinte observadores da ONU" e "exigem a libertação imediata e sem condições".

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O chefe das operações de manutenção de paz da ONU, Hervé Ladsous, indicou à imprensa que trata-se "de um incidente muito grave" e que "negociações estão em curso". "Todas as nossas equipes estão mobilizadas", acrescentou.

Desde 1967, Israel ocupa 1.200 km2 das colinas de Golã, que anexou ao seu território em 1981, decisão que jamais foi reconhecida pela comunidade internacional. A Síria continua controlando os 510 km2 restantes.

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A FNUOD é encarregada desde 1974 de observar o cessar-fogo na região. Ela conta com 1.100 soldados e pessoal procedente da Áustria, Croácia, Índia, Japão e Filipinas.

ONU denunciou em dezembro de 2012 a presença de rebeldes nas áreas desmilitarizadas das colinas de Golã, onde a FNUOD patrulha, e também incursões do exército para expulsá-los.

Ante a omissão da comunidade internacional sobre o conflito que já fez mais de 70.000 mortos, as tropas do regime e os rebeldes decidiram combater até o fim.

Nesta quarta-feira, mais 121 pessoas morreram, principalmente em ataques da aviação do regime contra a cidade de Raqa, próxima da fronteira turca, o que não impediu a tomada do controle total pelos rebeldes, indicou o OSDH.

A cidade de Raqa, capital da província de mesmo nome localizada no noroeste do país perto da fronteira turca, "está inteiramente fora do controle das forças do regime após a rendição dos últimos membros dos serviços militares após dois dias de combates", afirmou Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH.

Esta é a primeira capital provincial a cair nas mãos dos insurgentes desde o início do conflito, segundo a ONG.

O OSDH afirmou ainda estar preocupado quanto ao destino de "centenas" de milicianos pró-regime e membros das tropas leais a Assad que se renderam aos rebeldes após a queda de sede da inteligência em Raqa.

A aviação do regime bombardeou redutos rebeldes na província de Idleb (noroeste), perto de Damasco, em Homs (centro) e na província de Aleppo (norte).

Os impactos do conflito são desastrosos para a população.

"Com a fuga de um milhão de pessoas, com milhões de deslocados dentro do país e milhares que continuam cruzando a fronteira a cada dia, a Síria segue para um desastre em grande escala", afirma em um comunicado o comissário da ONU para os refugiados, Antonio Guterres.

O número de refugiados em fuga do país aumentou "de forma dramática" desde o início do ano. Há 400.000 refugiados sírios a mais desde 1º de janeiro, informa o ACNUR.

"Estão traumatizados, sem nada e perderam parentes. Quase metade dos refugiados são crianças, em sua maioria menores de 11 anos", destacou o Alto Comissariado.

Em sua maioria seguiram para Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito.

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