As fortes chuvas e inundações têm provocado transtornos à população gaúcha. Mais de 200 mil pessoas foram atingidas pelos temporais. No total, mais de 150 mil estão desabrigadas no estado. Diante desse cenário de calamidade, a exposição e o contato com águas contaminadas em eventos naturais, como enchentes, trazem diversas preocupações à saúde pública.
Durante eventos com excesso de chuvas, pode haver a transmissão de doenças relacionadas ao consumo de água ou alimentos contaminados, acidentes com animais peçonhentos, além de outras questões relacionadas às condições sanitárias. O Jornal Da Record mostra os riscos e cuidados com a saúde em situações de enchentes. Acompanhe!
Em casos de enchentes, a população deve estar atenta a algumas questões de saúde, que devem ser observadas:
Leptospirose
A doença bacteriana é encontrada na urina do rato e é transmitida através do contato com nariz, olhos, boca ou pele. Em inundações, a urina contaminada pode se misturar com a água ou lama da enchente, aumentando o risco da doença.
Para evitar o contato com a água contaminada, é importante cobrir cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água, não andar descalço e usar luvas e sapatos impermeáveis. Além disso, não nadar, tomar banho ou ingerir água que possa estar contaminada por causa da enchente.
Hepatite A
A Hepatite A é uma doença causada por um vírus que pode ser transmitido pela ingestão de água ou alimentos contaminados com esgoto ou dejetos humanos, situação comum em enchentes. Os primeiros sintomas costumam ser mal estar, dores no corpo, náuseas, dor abdominal, vômitos, olhos e pele amarelados, urina bem escura e fezes claras.
A vacina contra a doença está disponível no SUS. De acordo com O Programa Nacional de Imunizações (PNI), ela deve ser aplicada em crianças entre 15 meses e antes de completar 5 anos de idade. Excepcionalmente, em situações de enchentes, o imunizante é aplicado em adultos.
Acidentes com animais peçonhentos
Durante períodos de fortes chuvas, pode acontecer o desalojamento de animais peçonhentos, como aranhas, serpentes e escorpiões, que saem de seus esconderijos em busca de locais secos. Para evitar acidentes, é importante estar atento aos locais com entulhos, empilhamento de madeira, tijolos, telhas e na remoção da lama.
Caso ocorra contato com algum desses animais, lave o local da ferida com água e mantenha a vítima sentada ou deitada. O ideal é levá-la ao serviço de saúde mais próximo para que ela possa receber atendimento.
Tétano acidental
Pode ocorrer através de contaminação de ferimentos de pele ou em mucosas com terra, poeira, fezes de animais ou humanos que contém esporos da bactéria que ocasiona a doença. As lesões podem ser provocadas pelo contato com entulhos e destroços e, consequentemente, o adoecimento por tétano acidental.
O período de incubação da doença varia em média de 3 a 21 dias. Para se prevenir, é importante tomar algumas medidas como não andar descalço e usar luvas e sapatos impermeáveis.
Além das doenças citadas, a população deve estar atenta em relação a outras questões que podem ser provocadas ou agravadas pelas inundações, como as condições sanitárias em abrigos, doenças relacionadas à higiene pessoal e alimentar precárias, ocorrência de choques elétricos, problemas respiratórios e alergias relacionadas à presença de umidade e mofo no ambiente e mais.
Fonte: Secretaria de Saúde do Governo do Rio Grande do Sul e R7.