O CES-MG (Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais) recomendou que a Secretaria de Estado de Saúde oriente médicos e instituições a não prescrever o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para pacientes com sintomas leves de covid-19, como recomenda o protocolo atual do Ministério da Saúde.
A exemplo do Conselho Nacional de Saúde, o CES-MG se posicionou contrário à deliberação da pasta. Segundo a instituição, não houve observação do ministério em relação aos "efeitos colaterais e de estudos científicos de eficácia da medicação, que, até o momento, apresentam-se incipientes e divergentes quanto a administração em pacientes com diagnóstico da Covid-19".
Ainda de acordo com o CES-MG, também não há respaldo técnico de instituições renomadas do país, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), além de universidades e instituições de ensino e pesquisa.
CNS recomenda suspensão do uso da cloroquina em caso leve
Leia também
Segundo posicionamento divulgado nesta quarta-feira (27), "o CES-MG reitera que todos os protocolos de administração de medicamentos em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser guiados pela Ciência. É inaceitável que cidadãs e cidadãos do Brasil sejam expostas/os a qualquer tratamento terapêutico que não tenha sido submetido ao crivo do rigor científico".
Recomendação
Nesta semana, dois Procuradores do MPF (Ministério Público Federal) e dois promotores do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) em Uberlândia, a cerca de 480 km de Belo Horizonte, assinaram uma recomendação ao Governo de Minas para que comprem os medicamentos e distribuam para 46 municípios das regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
Eficácia
O uso da cloroquina como forma de tratamento farmacológico contra a covid-19 não tem eficácia comprovada. Um estudo da Universidade de Harvard com 96 mil pessoas, divulgado na última semana, concluiu que o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina em pacientes com o novo coronavírus, mesmo quando associados a outros antibióticos, aumenta o risco de morte por arritmia cardíaca em até 45% nos pacientes.
Nesta segunda-feira (25), o diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a entidade paralisou um estudo sobre o uso da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus. Segundo ele, haverá agora uma avaliação sobre o medicamento, para se decidir se esses estudos serão retomados ou devem ser interrompidos de modo permanente