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Ex-policial federal é suspeito de provocar coma da própria mulher

Vítima sofria tortura física, psicológica e ameaça de morte há 10 anos

Minas Gerais|Do R7

Família diz que vítima chegou a fazer sexo com marido sob mira de arma
Família diz que vítima chegou a fazer sexo com marido sob mira de arma Família diz que vítima chegou a fazer sexo com marido sob mira de arma

Um ex-policial federal está preso preventivamente por tentativa de feminicídio, em Varginha, no sul de Minas. Altino Ramalho Braga Júnior, de 48 anos, está aposentado por invalidez e também é suspeito de induzir a própria mulher ao suicídio. Abqueila Ruapp, de 35 anos, está internada em coma na UTI do Hospital Humanitas há três meses e respira com ajuda de aparelhos.

A família da vítima afirma que ela sofre ameaças e torturas do marido desde o início do relacionamento há 10 anos. A história dos dois começou em Rondônia, onde eles se conheceram na cidade de Ji-Paraná. Lá, Júnior trabalhava na delegacia da PF (Polícia Federal) e Abqueila estudava direito. De acordo com a mãe da vítima, aos poucos, ela foi descobrindo que o marido era muito ciumento.

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— Ela disse para mim: "Mãe, o Júnior teve uma crise de ciúmes e disparou vários tiros dentro de casa. O umidificador que a senhora me deu ele quebrou, os vizinhos chamaram a polícia e fizeram a ocorrência".

Para afastar a mulher dos parentes, o marido pediu transferência para a delegacia de Varginha, localizada a 3.000 km da cidade onde moravam. No novo destino, fotos tiradas pela própria vítima mostram um corte na cabeça, provocado por uma coronhada, e um olho roxo, causado por um soco.

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— Eu disse: "Filha, que história é essa? Nós temos que conversar mais sozinhas". Aí ela foi me contando de todas agressões, sofrimento, trabalho, tudo o que era obrigada a fazer, até sexo à mira do revólver.

A situação piorou em novembro do ano passado, quando o ex-policial começou a achar que estava sendo traído. Um amigo de Abqueila recebeu mensagens de ameaças, alegando que ele era responsável pelo término do casamento dos dois. Em outra mensagem, Júnior dizia que aquela era a última noite da mulher ainda viva.

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Em uma das poucas vezes que Abqueila conseguiu mandar mensagens para a família, ela enviou um pedido de socorro dizendo que não aguentava mais "todo dia isso". Com o pedido de ajuda, a mãe de Abqueila foi para Varginha para tentar ajudar a filha. O que poderia servir como conforto e alívio para a mulher, na verdade, causou mais pânico.

— Ela me disse assim: “ô mãe, a senhora está aqui? Agora mesmo que ele me mata. Agora que ele acaba com a minha vida”.

Assim que a mãe chegou na casa da filha, a vítima estava completamente dopada, sentada à mesa, com a arma do marido ao alcance das mãos. Segundo o ex-policial, a mulher havia tentado se matar. Ela foi levada para o hospital em estado grave, por causa de uma alta dosagem de insulina.

Três meses após a entrada de Abqueila no hospital, Júnior foi preso. Ele possui diversos processos em aberto e também é investigado por desvio de conduta na Polícia Federal. O suspeito foi detido em Varginha por tentativa de feminicídio e foi encaminhado para a Penitenciária Nelson Hungria, em Belo Horizonte.

De acordo com o advogado da família da vítima Everton Nascimento, o homem está preso temporariamente, mas a defesa vai tentar reverter isso.

— Como é um crime doloso contra a vida, após o pronunciamento do Ministério Público, a decorrência de tudo isso é o júri popular.

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