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Jornalista de BH acusa ex-secretário do PT de agressões e estupro

Lyvia Prais diz ter sido vítima de violência em 2014 e 2015 quando namorou Miguel Ângelo, presidente do PT de Contagem (MG)

Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Célio Ribeiro*, do R7

Ângelo é ex-secretário nacional da juventude do PT
Ângelo é ex-secretário nacional da juventude do PT Ângelo é ex-secretário nacional da juventude do PT

Uma jornalista de Belo Horizonte usou as redes sociais para acusar o presidente do diretório municipal do PT (Partido dos Trabalhadores) de Contagem, na Grande BH, e ex-secretário nacional adjunto de Juventude da legenda, Miguel Ângelo, de violência doméstica e estupro.

As agressões teriam ocorrido entre 2014 e 2015, quando Lyvia Prais e Miguel Ângelo, namoravam. O acusado é filho de Durval Ângelo, ex-vereador de Contagem, ex-deputado estadual e atualmente conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais).

Em dois vídeos, que somam mais de 23 minutos de duração, publicado em suas redes sociais, a jornalista afirma que teria sofrido a primeira agressão dentro de um carro, após uma confraternização de trabalho.

— Eu estava fumando no banheiro com outras amigas quando ele apareceu, impaciente, querendo ir embora. Dentro do carro ele começou a me xingar e me chamar de lésbica e, por fim, me deu três tapas na cara. Eu não sabia o que fazer, pensei até em pular do carro em movimento. Comecei a gritar para pedir ajuda, ele parou o carro e eu saí correndo, sem destino. Eu não conseguia falar com minha mãe sobre isso, eu tinha vergonha, tinha orgulho.

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Chutes, socos e mordidas

Em um outro episódio, em uma confraternização com colegas do diretório local do PT, Miguel Ângelo teria acusado a mulher de flertar com um amigo dele. Lyvia acusa o líder político de tê-la agredido com “chutes, socos e mordidas” e que teria chutado o suspeito para se defender.

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Segundo Prais, a pior situação ocorreu após uma festa de casamento de um amigo dele. A jovem alega ter sido obrigada a ir na confraternização e ainda teria sido acusada, pelo ex, de estar flertando com o noivo. Ao voltarem para casa, a jornalista teria sido agredida com puxões de cabelos, socos e mordidas. Após a confusão, Miguel Ângelo teria trancado a jovem em casa e ido encontrar os pais.

A jornalista conta que, pouco tempo depois, com o apoio da mãe e do ex-sogro, começou a se preparar para mudar de casa. Lyvia Prais afirma ter sido estuprada pelo presidente do PT de Contagem (MG) na última noite em que passou na casa do ex-companheiro.

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— Fui estuprada na minha cama. Ele me estuprou. Eu tive que engolir aquilo, eu não entendia, não imaginava que eu pudesse passar por aquilo. Engoli o choro e fiz a mudança com ódio. Três semanas depois, descobri que eu havia contraído uma DST (Doença Sexualmente Transmissível) grave.

A jovem afirma que só teve coragem para denunciar o caso agora pois acreditava, na época, que “a denúncia não daria em nada”. Ela também afirma que não queria prejudicar o pai de Miguel Ângelo. Na época, Durval Ângelo, pai de Miguel, era deputado estadual. Ele chegou a ser líder de governo na Assembleia durante o mandato do ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Prais também afirma que seria “desacreditada pela sociedade”.

— Eu ia acabar enfrentando um bombardeio, uma descredibilização, enquanto o agressor nem ficaria preso. Fui atacada por questionar o patriarcado, o machismo. Nunca permiti que gritassem comigo ou me agredissem. Não aceito ser tratada com violência.

Investigação

Em nota, a Polícia Civil informou que Lyvia Prais registrou um boletim de ocorrência contra o suspeito no dia 7 de agosto e solicitou “medidas protetivas de urgência”. A corporação já abriu um inquérito para apurar os fatos e a investigação é coordenada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Contagem.

Outro lado

Em nota, o Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais afirmou que “luta contra o machismo, contra a violência e a favor das mulheres” e que o caso já está sendo acompanhado pela Secretaria Estadual de Mulheres do partido, que vai tomar as medidas cabíveis.

Em nota, o presidente do PT de Contagem, Miguel Ângelo Monteiro Andrade, afirma que as acusações são "mentirosas e fantasiosas". Ângelo afirma, na nota, que Lyvia tenta "insistir em uma mentira na tentativa de que, mesmo sem qualquer fundamento, ela possa ser tomada como verdade". O suspeito afirma que irá tomar providências em relação à acusação.

Leia a nota na íntegra:

"Vi com indignação as "estórias" envolvendo o meu nome, veiculadas em redes sociais pessoais, e esclareço que as acusações são mentirosas. Diga-se de passagem, passados quase seis anos da separação, somente no último sábado (7/9), a denunciante procurou a Delegacia de Mulheres para registrar suas fantasiosas denúncias, as quais não pode comprovar, pois representam denunciação caluniosa.

Sabedor da atuação séria deste veículo, alerto para o fato de que quem me acusa não apresenta quaisquer evidências. E não poderia ser diferente, uma vez que as acusações são falsas, sem contemporaneidade e criminosas.

Registro o avanço representado pela Lei Maria da Penha no combate à violência contra a mulher, mas o que me parece é que a alegada vítima adota uma estratégia que tem se tornado cada vez mais comum nestes tempos de pós-verdade: a de veicular insistentemente uma mentira nas mídias sociais, na tentativa de que, mesmo sem qualquer fundamento, ela possa, inadvertidamente, ser tomada como verdade.

Felizmente, a maioria das pessoas percebe tal estratégia enganosa, e são inúmeras as manifestações de solidariedade que tenho recebido.

Por fim, a questão será resolvida nos âmbitos policial e judicial, espaços legítimos para que ela apresente as provas de suas acusações e onde deverá ser esclarecida sua real motivação no sórdido propósito de imputar crime a quem sabe ser inocente."

*​Estagiário do R7 sob a supervisão de Lucas Pavanelli.

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