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Justiça converte em preventiva prisão de delegado que matou reboquista em BH

Juíza alegou que, em liberdade, policial pode atrapalhar a investigação e que há indícios que a cena do crime foi alterada

Minas Gerais|Ana Gomes, do R7, com Bruno Menezes, da Record TV Minas

Delegado está preso desde o final de julho
Delegado está preso desde o final de julho Delegado está preso desde o final de julho

O delegado da Polícia Civil Rafael Horácio, acusado de matar um motorista de reboque após uma discussão de trânsito em Belo Horizonte, teve a prisão temporária convertida em preventiva nesta quarta-feira (10). Na decisão, a juíza Bárbara Heliodora Quaresma Bonfim, do 1º Tribunal do Júri, da comarca da capital, afirma que há indícios que o policial alterou a cena do crime.

Para alterar o tipo de prisão do acusado, a Justiça considerou que, em liberdade, o denunciado poderia causar temor às testemunhas e prejudicar as investigações. "A decretação da prisão preventiva também é necessária para assegurar o andamento da instrução criminal, pois, em liberdade, o denunciado poderá impor nas testemunhas do caso justo e relevante temor, impedindo que elas tenham a devida isenção de ânimo para prestar esclarecimentos informalmente”, escreveu a magistrada.

Na decisão, a juíza ainda cita que o delegado também possui uma condenação pelo delito de disparo de arma de fogo na cidade de Alfenas, além de 16 registros por infrações penais e administrativas na Corregedoria-Geral da Polícia Civil.

"A própria dinâmica delitiva aponta para a periculosidade do investigado, as preocupantes circunstâncias, a violência e a ostensividade em que a infração penal teria sido perpetrada, pois foi efetuado um único disparo pelo delegado da PCMG, o qual atingiu o pescoço da vítima que se encontrava no interior de um caminhão", traz a decisão.

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Diante da situação, a magistrada ainda destaca que "as condições pessoais do investigado e a gravidade concreta do delito, por si sós, recomendam a manutenção da prisão cautelar".

A reportagem procurou a defesa do acusado e a Polícia Civil, e aguarda retorno. 

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Testemunhas

De acordo com uma fonte ligada à investigação, duas testemunhas do crime foram ouvidas pela polícia. Eles teriam visto toda a cena e afirmam que ela foi adulterada. "Tem duas testemunhas que foram ouvidas, que viram e que afirmam que a cena foi adulterada. Elas afirmam que os carros não estavam na mesma posição da hora que a perícia chegou. Ele alterou a posição desses carros", pontuou a fonte. 

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Crime

Rafael Horácio, de 42 anos, é acusado de matar o reboquista Anderson Cândido Melo, de 44 anos, com disparo de arma de fogo durante uma discussão de trânsito no viaduto Oeste, no Complexo da Lagoinha, no Centro de BH, no último dia 26. O delegado, que estava em um viatura descaracterizada, disse que foi fechado pelo motorista do caminhão e agiu em legítima defesa após a vítima recusar uma ordem de parada.

Após pedido da Justiça de prisão temporária, o policial se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil, no bairro Santo Agostinho, na região centro-sul de Belo Horizonte, no dia 30 de julho. Horácio foi preso e teve a carteira funcional da Polícia Civil recolhida.

O delegado ainda vai responder a um processo administrativo da corporação e pode ser demitido. No documento postado pelo Diário Oficial do Estado sobre o procedimento, consta que Horácio "praticou, em tese, as transgressões disciplinares de natureza grave, que enseja aplicação da pena de demissão".

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