Um laudo da Polícia Civil aponta que o segurança Edson Carlos Ribeiro, de 42 anos, morto em uma festa em que trabalhava na cidade de Divinópolis, a 120 km de Belo Horizonte, não foi vítima de um soco inglês, conforme indicava uma testemunha.
O relatório do IML indica que o vigia morreu devido a um mal súbido cardíaco, ligado a uma cardiomiopatia hipertrófica que a família não tinha conhecimento, conforme explica a médica legista Andressa Vinha Zauncio.
— A parede do coração dele tinha a espessura duas vezes maior que o normal. Nestes casos de arritimia cardíaca, o coração bate de forma errada, não conseguindo bombear o sangue para os órgãos, como o cérebro e o próprio coração. Para reverter a arritia, é necessário um socorro rápido e eficiente.
O medico legista Lucas Henrique Oliveira Amaral detalhou que não foi encontrada marca de soco-inglês no corpo da vítima. No entanto, os hematomas identificados confirmam um soco comum.
Amaral, no entanto, destaca que não é possível afirmar o que desencadeou o mal súbito. Assim, os investigadores não concluíram se a agressão sofrida pode ter sido o estopim. O autor do soco seria o comerciante Pedro Henrique Lacerda Ferrreira, de 32 anos. Ele teria brigado com o vigia após tentar entrar um camarote para o qual não tinha autorização.
— O quadro de arritimia cardíaca pode ser apresentado mesmo em repouso. Sabemos que descargas de estresse que a vítima se encontrava podem por desencadear o quadro. Sabemos também que determinados traumas, mesmo que leves, também podem.
Prisão
Durante a investigação, Ferreira teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e segue detido, desde então. O delegado Marcelo Nunes Júnior explica que, agora, caberá ao Judiciário, defirnir se mantém o investigado na cadeia.
— Já havia ocorrido o indiciamento por lesão corporal, mas há a possibilidade de ir para lesão leve. Cabe à Justiça decidir. Se acharem que as informações são insuficientes, podemos fazer mais diligências.
Sobre o soco-inglês, o delegado explica que além do laudo médico, a falta de depoimentos ajudou a confirmar que o material não foi usado. Segundo ele, apenas uma testemunha indicou o uso do artefato.
— Não estou confirmando, mas ela pode ter se confundido, já que o suspeito estava com a bolsa da namorada na mão.
Procurada, a defesa de Pedro Henrique Lacerda Ferrreira informou que vai entrar, ainda hoje, com um pedido de revogação da prisão do suspeito.