Há seis meses, o Brasil se despedia de Marília Mendonça. Foi no dia 5 de novembro de 2021, em um acidente aéreo em Piedade de Caratinga, a 300 km de Belo Horizonte, que a cantora e mais quatro pessoas perderam a vida. Com a partida precoce, a rainha da sofrência deixou uma legião de fãs desolados e um vazio no dia a dia de quem a amava.
Em 2019, a cantora surpreendeu os fãs mineiros com um show surpresa e gratuito na Praça da Estação, um dos principais pontos turísticos da capital mineira. Na ocasião, ela reuniu mais de 100 mil pessoas para gravar um dos hits do projeto “Todos os Cantos”. Atualmente, a música "Graveto" soma mais de 322 milhões de visualizações no Youtube. Ian Campos é um dos milhares de admiradores da “rainha da sofrência” que acompanhou a ídola no dia.
“Estive com ela três vezes. A última foi na gravação em BH. Na hora que ela chegou, aquela multidão gritando por ela. Ela estava grávida com um barrigão. Foi muito emocionante para todo mundo”, lembra.
A cantora, que morreu aos 25 anos, deixou o filho de apenas 2 anos e muita saudade. Apesar do vazio, os fãs buscam manter o legado da artista. Ela é a cantora com mais vídeos com 100 milhões de visualizações no Youtube, inclusive, com hits que foram lançados após o acidente.
“Para gente que ama de verdade, todo dia é dia 5. A gente sofre constantemente. É óbvio que com o tempo vai amenizando, vamos aprendendo a lidar com a dor. Mas é difícil despedir de quem a gente ama”, finaliza.
Queda de Avião
O avião em que a cantora estava saiu do Aeroporto de Santa Genoveva, em Goiânia, e caiu a cerca de 2 quilômetros de distância do aeroporto de Caratinga, no interior de Minas Gerais. Além da artista, morreram no acidente o produtor Henrique Ribeiro, o assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
Antes da queda, a aeronave atingiu um cabo de torre de distribuição de energia. Um relatório do sistema de informações aeronáuticas do aeroporto já apontava a existência de torres de alta-tensão que ofereciam risco à aproximação de aviões. Na época, o repórter da Record TV Marcos Guimarães acompanhou de perto o trabalho das equipes do Corpo de Bombeiros e policiais.
"Foi difícil dormir. Onde quer que a gente fosse, o assunto era o mesmo. Todas as pessoas que iriam para o show dela em Caratinga se reuniram em uma praça para homenageá-la. Aquilo me tocou muito. Foi ali que minha ficha caiu", conta sobre a cobertura na cidade do acidente.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que a investigação está em andamento e que o objetivo é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.
Já as investigações da Polícia Civil estão suspensas desde que as Justiças Federal e Estadual alegarem falta de competência para julgar o caso. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu a competência do poder judiciário estadual e a PC aguarda os autos para dar continuidade aos trabalhos.