Pais e alunos de um colégio particular de Belo Horizonte se reuniram em frente à escola, na manhã desta sexta-feira (11), para fazer um ato em apoio ao auxiliar de professor que está sendo investigado como suspeito de abusar sexualmente de estudantes de três e quatro anos.
O grupo levou cartazes e balões vermelhos em formato de coração para prestar apoio ao estudante de educação física, Hudson Nunes, de 22 anos. Durante o ato, o jovem chegou ao local e foi recebido com aplausos e abraços.
Veja o vídeo da chegada de Nunes:
As investigações começaram após uma mãe procurar a polícia relatando que o filho de três anos teria sido abusado dentro do Colégio Magnum, no bairro Nova Floresta, na região Nordeste da capital mineira.
A mulher relatou no boletim de ocorrência que a criança começou a ter comportamento incomum, como querer beijar a boca dela. A mãe disse ainda que conversou com o menino até conseguir informações sobre onde ele teria aprendido a fazer isto. De acordo com a polícia, o garoto teria indicado o auxiliar de professor como o suspeito.
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Após o caso se tornar público, outros pais conversaram com os filhos, suspeitaram de possíveis abusos e também acionaram a Polícia Civil. Em depoimento, um deles disse que ouviu na reunião feita na escola que uma das crianças disseram que o filho dele também teria tido as partes íntimas tocadas, no banheiro do colégio. No relato ele destaca que o menino "jamais falou algo que poderia levar a crer que ele também teria sido abusado".
Ao menos cinco denúncias foram feitas contra o auxiliar de professor, que foi demitido. Segundo a Polícia Civil, 37 pessoas foram ouvidas até esta quinta-feira (10), tanto em apoio quanto contra Nunes.
Apoio
O protesto realizado no final desta manhã foi organizado por pais de alunos, por meio de uma rede sociais. A servidora pública Alice Guelber Melo Lopes, de 40 anos, conta que o objetivo é mostrar apoio ao investigado e à escola. Dois filhos de Alice estudam no colégio. A mãe dos garotos de 11 e sete anos conta que Nunes já deu aula para um deles e que ela confia em sua índole.
— Um dos meus filhos já teve aula com ele e eu nunca presenciei nada. Pelo contrário, ele sempre foi muito vigilante.
Abraçado a alunos do colégio, Nunes se emocional ao agradecer o apoio recebido e afirmou estar grato pelo reconhecimento. O jovem aproveitou para reafirmar que é inocente.
— As coisas vão se esclarecer. Eu não tenho culpa nenhuma disso. A gente não pode deixar que aconteçam injustiças como esta, ainda mais em um caso que envolve a vida de uma criança e de um jovem que quer seguir a profissão e continuar.
Além do ato em frente ao colégio, os pais também doaram alimentos e produtos de limpeza para Nunes, que mora em uma casa de dois cômodos e agora está desempregado.
Procurado, o Colégio Magnum informou que presta apoio às famílias e que está cooperando com as investigações. A instituição destacou, ainda, que a manifestação desta sexta-feira foi espontânea por parte dos pais.
Veja a íntegra da nota do Colégio Magnum:
"A escola agradece às manifestações de carinho de educadores de todo o país, das famílias, alunos e ex-alunos.
Esclarecemos que o movimento realizado no entorno da escola hoje, 11 de outubro, em apoio a nossa instituição e colaboradores, foi legitimamente espontâneo.
Permanecemos centrados no apoio psicológico e jurídico a todos os envolvidos, reafirmando nossa crença na verdade, no princípio da Justiça e à disposição das autoridades competentes para que a verdade seja revelada".