Foi absolvido pela segunda vez, em julgamento no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (13), o corretor Célio Gomes da Silva, acusado de estar envolvido na morte do estudante de direito Cristiano Guimarães Nascimento, de 22 anos, na porta de uma boate na cidade. O crime aconteceu em abril de 2016.
O réu, de 37 anos, foi inocentado por quatro votos a três. Ele já havia sido absolvido em 2019, mas, conforme o advogado da família da vítima, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) recorreu à decisão. À época, os jurados consideraram que não havia provas de que Célio participou das agressões, mas, conforme o MP, vídeos provavam que ele teria feito parte do espancamento.
Histórico
Os outros dois envolvidos, Jonas Moreira Martins e Jonathas Elvis do Carmo, ambos de 31 anos, foram condenados também em 2019. Segundo o conselho de sentença, apenas Jonas agiu com a intenção de matar, ou pelo menos assumiu o risco de fazê-lo.
Jonas foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado cometido por motivo fútil, enquanto Jonathas foi condenado a cinco anos de prisão por lesão corporal seguido de morte.
Desde o momento da condenação, em 2019, Jonathas cumpre a pena em regime aberto, uma vez que é réu primário, tinha bons antecedentes e já estava preso há três anos e cinco meses.
Os dois eram policiais militares, e foram expulsos da corporação pelo Conselho de Ética e Disciplina da Polícia Militar em janeiro de 2019. De acordo com a decisão, os PMs foram submetidos a um procedimento administrativo que constatou que houve indício de crime.
Relembre o caso
O estudante Cristiano Guimarães Nacimento, de 22 anos, foi espancado até a morte na porta da boate Havana, no bairro Santa Cruz, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada do dia 08 de abril de 2016.
Segundo o processo, o crime aconteceu depois que os três acusados ficaram irritados porque o estudante reclamou que o trio tinha furado a fila de pagamento na casa noturna. De acordo com o MPMG, o grupo agiu em conjunto para agredir Cristiano, dando socos, chutes e golpes, direcionados principalmente contra a cabeça. Cristiano morreu em decorrência de um traumatismo na região da nuca e do pescoço.
* Estagiária sob supervisão de Pablo Nascimento