Uma universidade particular de Alfenas, a 344 quilômetros de Belo Horizonte, investiga quem foram os responsáveis pelo vazamento de vídeos em que alunas recém-aprovadas do curso de medicina respondem perguntas de cunho sexual. A suspeita é de que as gravações fizeram parte de um “trote” aplicado pelos veteranos.
Nos vídeos, todas as jovens respondem às mesmas perguntas. Além de se identificarem, elas falam sobre estado civil e contam se bebem, fumam e se aceitariam uma traição. As garotas têm entre 18 e 20 e são de cidades de Minas Gerais e de São Paulo. Em um trecho mais polêmico, elas falam sobre assuntos íntimos, como sexo.
Em determinado trecho das gravações, elas respondem sobre o que levariam para o Intermed, um tradicional encontro de estudantes de medicina. Algumas delas falam sobre bebidas alcoólicas e substâncias tóxicas.
As imagens vazaram após serem enviadas a um grupo na internet. Em redes sociais, os nomes das garotas foram trocados pelo apelido “Bixete burra”, assim como as fotos de perfil e capa.
Uma lei estadual de 2014 proibe a aplicação de trotes nas instituições de ensino tanto particulares quanto privadas. A medida é para evitar ações de agressão, contrangimento ou coação dos alunos, seja de forma física ou psicológica.
A Polícia Civil ainda não atua no caso, uma vez que não foi registrado nenhum boletim de ocorrência sobre o assunto, até o momento. Procurada, a Unifenas informou a universidade preza pela responsabilidade com compromisso social e educacional. Em nota, a instituição reiterou que proíbe e repudia qualquer prática ofensiva na recepção dos novos alunos. A universidade declarou, ainda, que instaurou um processo administrativo para apurar o caso.
Confira a íntegra da nota da universidade:
“A Unifenas, uma universidade que preza a responsabilidade com o compromisso social e educacional, proíbe e repudia qualquer prática ofensiva e/ou humilhante de recepção aos alunos ingressantes - trote. Assim, ao tomar conhecimento dos lamentáveis vídeos gravados por alunas ingressantes ao Curso de Medicina, câmpus de Alfenas, no mês de junho do corrente ano, instaurou processo administrativo, consoante previsão no Regimento da Universidade, no intuito de apurar os responsáveis pelo ato e aplicar as penalidades cabíveis aos envolvidos, respeitando sempre os princípios constitucionais da ampla defesa e contraditório no procedimento instaurado.”