A campanha Novembro Azul chama a atenção para o segundo câncer mais comum entre os homens, o de próstata. Apesar de recorrente, se tratado cedo, a chance de cura é de 90%. Por isso, é importante que homens, sobretudo aqueles acima de 50 anos, façam exames anualmente para detecção da doença.
"Não se deve esperar os sintomas aparecerem", diz o médico Roni Fernandes, diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia. Segundo ele, a probabilidade de cura é bem menor quando a doença já está em estágio mais avançado e apresentando sintomas como vontade frequente de urinar, sangue na urina e no sêmen.
Porém, o exame mais efetivo para descobrir a doença, o do toque, é encarado com muito preconceito, mentiras e tabus. "O exame ainda enfrenta muita resistência. Muitos homens pensam que ao fazê-lo iriam 'perder a masculinidade' ou coisas relacionadas, mas isso só prejudica a saúde deles", disse Roni.
O urologista define o toque como "rápido, seguro, indolor e importante". "Somente com informação é que este preconceito será combatido", afirma.
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) mostram que as mortes por câncer de próstata aumentaram cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14.542 (2015) para 16.033 (2019). Por conta da pandemia, houve uma queda de mais de 20% nos exames de detecção da doença nos últimos 2 anos, aumentando a subnotificação.