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Novo antiviral contra covid imita ação da ivermectina?

Defensores do remédio sem eficácia comprovada contra Covid-19 afirmam que novo antiviral atua com o mesmo princípio

MonitoR7|Do R7

Entre os medicamentos que estão sendo testados para combater a Covid-19, há um antiviral sendo desenvolvido pela Pfizer, mesmo laboratório responsável por uma das vacinas mais usadas no mundo contra o coronavírus.

Mensagens que estão sendo compartilhadas por grupos, em aplicativos, afirmam que o remédio da Pfizer seria um "clone da ivermectina. Ainda de acordo com estes textos, o remédio é destinado a pessoas que tiverem contato recente com o vírus. Por isso, seria um "tratamento precoce".

As mensagens, que são carregadas de emojis e sinais de ironia, afirmam que o remédio "passará de um remédio demonizado para incentivado". E os autores chegam a chamar o antiviral de "Pfizermectine". As postagens costumam vir acompanhadas de um atalho para blog conservador.

A justificativa para essas postagens falarem em semelhança está no mecanismo de ação do remédio, chamado de inibição da protease. É o mesmo mecanismo da ivermectiva no combate a parasitas.

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Aliás, exatamente por esse motivo ela foi um dos primeiros medicamentos testados contra covid. Só que, neste caso, para o mecanismo de inibição de protease da ivermectina funcionasse contra o coronavírus, seria necessária uma dose muito alta do medicamento, que o tornaria tóxico.

Os chamados inibidores de protease são utilizados há algum tempo nos tratamentos contra o HIV e o vírus da hepatite C. Entretanto, a ivermectina é amplamente usada no tratamento contra parasitas, e não vírus. Ou seja, seu propósito, e, portanto, sua estrutura química, são completamente diferentes. Isso foi assegurado pela Pfizer.

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Em um comunicado divulgado pela farmacêutica, ela afirma que atualmente testa dois medicamentos "como potencial tratamento para a COVID-19. O Tofacitinibe (Xeljanz) e a molécula PF-07321332" - mas nenhum deles é semelhante ao vermífugo. 

O primeiro seria para tratar a pneumonia causada pela Covid. Inclusive, em julho, a Pfizer pediu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(ANVISA) avaliasse uma autorização de uso emergencial do remédio. No Brasil, o Xeljanz já é usado em terapia para artrite reumatóide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa.

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A molécula PF-07321332, que é um antiviral da classe dos inibidores de protease, atualmente está em estudos clínicos das Fase 2 e 3. Ela é administrada por via oral, e "mostrou potencial para ser uma opção terapêutica nos casos de infecção pelo novo coronavírus (SARSCoV-2)". Junto a ela, é coadministrada uma baixa dose do Ritonavir, um antirretroviral utilizado há décadas para tratamento de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Ambos medicamentos já foram envolvidos anteriormente em notícias falsas similares, inclusive já abordados aqui.

A nota termina com a empresa garantido que todos as pesquisas clínicas de responsabilidade da Pfizer, feitas ou em andamento no Brasil, "foram submetidas às aprovações da ANVISA, CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e Comitês de Ética locais conforme as boas práticas em pesquisa clínica estabelecidas em convenção internacionais".

Além disso, segundo o site Clinical Trials, plataforma mundial de registro para ensaios clínicos, a Pfizer realiza 108 estudos relacionados à Covid-19. Entre testes com a vacina e medicamentos, a ivermectina não consta entre nenhuma das substâncias investigadas.

O último registro em nome da Pfizer que contém ivermectina entre os componentes é de 2000, e de uma droga antiparasitária. Inclusive, a empresa atualmente não possui patentes de produtos com ivermectina nos EUA.

Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe para o MonitoR7, que nós checamos para você (11) 9 9240-7777

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