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Anfavea vê com cautela retomada das vendas de veículos em julho

Entidade prefere esperar até meados de setembro e outubro para fazer prognósticos: agronegócio impulsiona vendas e crédito volta a ser liberado 

Autos Carros|Marcos Camargo Jr

Com a queda na produção de veículos de 36,2% em comparação com julho de 2019, o setor automotivo começa a analisar os números e os prognósticos para o segundo semestre de 2020. Segundo a Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, foram vendidos 174,5 mil unidades no mês passado, avanço de 31,4% sobre junho, mas uma perda de 28,4% quando comparado com o mesmo mês de 2019. Com o devido ajuste, o setor como um todo começa a retomar o ritmo de produção em um patamar inferior ao pré-pandemia aguardando um novo termômetro do consumo.

A Anfavea evita fazer uma estimativa de fechamento para o ano. Em entrevista reservada a um grupo de jornalistas à qual o R7-Autos Carros teve acesso, o presidente da entidade Luiz Carlos Moraes, disse que será preciso esperar até setembro ou outubro para ver "o tamanho do estrago". "Eu tenho preocupação com o que vai ocorrer quando terminar esta ação do governo quanto ao auxílio emergencial. Teremos uma noção por volta de setembro ou outubro com o que vai ocorrer com a economia, com a perda de emprego e a redução da produção", avaliou. Até julho, o governo federal já gastou R$ 273,8 bilhões com ações de combate à pandemia sendo a maior parte deste montante (R$ 167,4 bilhões) com o auxílio, outros R$ 39,9 bilhões no repasse de verba para estados e municípios, R$ 21,6 bilhões em saúde entre outras destinações.

Agronegócio impulsiona bons resultados

Na avaliação de Moraes, os bons índices da economia puxada pelo agronegócio também beneficiaram o setor automotivo evitando uma queda ainda maior na fase mais aguda da pandemia. Este ano o mercado nacional deve demandar 40,4 mil máquinas e implementos agrícolas o que representará 3% de crescimento em relação ao total de 2019. "O agronegócio gera renda, as cidades com a forte presença do agronegócio tem economia mais pujante. Esse dinheiro injetado na economia, é pouco individualmente mas são R$ 50 bilhões circulando o que mantém o consumo". A Anfavea voltou a elogiar o Plano Safra, que gera previsibilidade e melhora as condições para aquisição destes equipamentos o que tem aquecido a produção de máquinas como tratores, colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana, por exemplo.

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Outro ponto positivo é o crédito ao consumidor que apesar de não acompanhar a taxa Selic, já mostrou maior viabilidade a partir de julho. Duas fontes do mercado financeiro ouvidas pelo R7-Autos Carros afirmam que mesmo com a cautela a concessão de financimentos melhorou porque não há indicativos de que a crise será tão severa e a inadimplência não aumentou. "Em março os bancos se assustaram, tiraram o time de campo e agora estão voltando a financiar, voltando a assumir riscos, mas a taxa continua alta para o consumidor", afirmou o presidente da Anfavea.

Regras de emissões podem ser adiadas

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Ponto polêmico é a possível extensão em dois ou três anos, dos prazos para atender os critérios mais rígidos de emissões de poluentes do Proconve. O executivo justifica que além do investimento necessário estimado em R$ 12 bilhões, há dificuldades como a continuidade das pesquisas pelas limitações impostas pela pandemia. "Os produtos atuais estão bem ajustados em relação às emissões. A questão da poluição não depende só de veículos novos, pois nova frota é envelhecida, e esse prazo de dois a três anos é para termos produtos ainda melhores no futuro", disse.

Luiz Carlos Moraes também exemplificou que na Europa a implantação de motores mais eficientes levou mais tempo do que no Brasil, sendo que localmente já temos o Biodiesel e o etanol usados com sucesso nos motores flexíveis de combustão interna.

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Em relação a segurança dos veículos no país a Anfavea estuda também adiar a obrigatoriedade da inclusão de itens como controle de estabilidade e tração nos veículos novos para mais dois ou três anos. Esses equipamentos deveriam ser itens de série nos modelos nacionais a partir de 2022. Moraes justifica que a questão da inviabilidade dos testes por conta da pandemia seja o motivo para este pedido mas não deu mais detalhes a respeito.

Se formalizado o pedido, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), presidido pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, é que vai avaliar a viabilidade dessa postergação. No entanto, não há uma data para esse encontro ocorrer.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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