[Comparativo] Renault Captur e Peugeot 2008: os SUVs com motor 1.6
Dupla disputa atenção do comprador de SUVs compactos com motor aspirado
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
Tão diverso, o mercado dos SUVs está cada vez mais organizado e com produtos feitos para diferentes perfis. Hoje vamos mostrar pontos positivos e negativos de duas opções compactas equipadas com motor 1.6 aspirado e transmissão automática: Renault Captur Intense CVT e Peugeot 2008 Griffe.

Antes de tudo sejamos francos: nenhum dos dois é capaz de arrancar suspiros por conta do desempenho. A dupla é igualmente limitada nesse quesito tendo o Captur motor SCe 1.6 com 118cv na gasolina e 120 cv no etanol e o mesmo torque de 16,2 kgfm a 4.000 rpm enquanto o Peugeot 2008 tem o motor 1.6 de 115cv na gasolina e 118cv com etanol e torque de 16,1kgfm a 4.000rpm.

Bem parecidos, o Captur roda em silêncio quando não exigido mas basta acelerar fundo para que o motor se faça notar. O mesmo acontece com o 2008, no entanto o Peugeot parece mais leve em comparação com o Renault. O Captur usa a caixa CVT continuamente variável enquanto o Peugeot adota a transmissão de seis velocidades.

Se por um lado design é subjetivo, o Captur e o 2008 trazem heranças atualizadas de suas versões europeias, sempre mais requintadas. O estilo do Captur é o mesmo desde o lançamento por aqui em 2016 com perfil avantajado e arredondado, 4,33m de comprimento e 1,81m de largura com 2,67m de entre-eixos. O Peugeot é um pouco mais comedido em espaço: 4,15m de comprimento, 2,54m de entre-eixos e 1,73m de largura.

Assim, se os dois têm espaço limitado na traseira, o Captur ganha no quesito conforto para quem viaja à frente e atrás com espaço mais generoso apesar dos ajustes ruins dos bancos. O Peugeot tem espaço de 402 litros no porta-malas, enquanto o rival oferece 437.

Em termos de posição de dirigir o Peugeot 2008 dá um banho de ergonomia no Captur. A posição do i-Cockpit permite um ajuste mais confortável para pessoas de qualquer estatura e os comandos estão mais próximos do motorista. O Captur, por exemplo, traz ajuste do piloto automático escondido sob console central bem como o botão “eco” que teoricamente deixa o carro mais lento nas respostas mas melhora a eficiência energética.

Em termos de conforto, analisando as versões mais caras com motor 1.6 o Captur entrega o suficiente com multimídia, ar condicionado com controle automático e ajuste de altura do farol bem como as luzes direcionais além de luzes diurnas em LED. O 2008, porém, traz mimos como controles do carro disponíveis na multimídia, bem como a climatização digital na tela e ar condicionado de duas zonas, coisas que o Renault não tem. Em termos de segurança ambos trazem controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, airbags laterais, sensores de chuva e crepuscular mas o Peugeot tem dois airbags a mais totalizando seis bolsas.
Consumo
O propósito dos dois veículos é entregar relativo desempenho sem comprometer o consumo.

No caso do Captur, em uso urbano e frugal, o consumo ficou em 6,9km por litro com etanol enquanto o Peugeot registrou 7,6 por litro no mesmo percurso. Na estrada o Renault fez até 10,9km e o Peugeot conseguiu 11,3 no mesmo trajeto. Nesta avaliação não foi possível aferir o consumo com gasolina.

No mercado
O Peugeot 2008 tem uma presença de mercado bem tímida: vendeu 4.729 unidades no primeiro semestre. No mesmo período o Captur teve 13.780 mil unidades emplacadas. Isso se deve ao tamanho da rede de concessionárias da marca Renault, bem mais ampla. No entanto a Peugeot tem se esforçado para mudar esse quadro com o plano Peugeot Total Care com revisões a preço fixo além da garantia de três anos que o Captur também tem.
Preço
O Captur Intense CVT custa R$ 91.740,00 enquanto o Peugeot 2008 Griffe AT6 custa R$ 89.990,00.
Feito para quem?
O Renault Captur é mais generoso em espaço interno, porta malas e seu porte superior impressiona quem valoriza conforto.

Também tem a vantagem da manutenção mais em conta (o motor 1.6 é o mesmo do Sandero e do Duster) e ter maior aceitação no mercado. No entanto a leveza do Peugeot e sua ergonomia além do nível de equipamentos colocam o 2008 em um patamar superior: ele é mais econômico, tem mais itens de segurança e tecnologia mas o espaço interno fica a desejar.
Futuro
Nos dois casos há novidades a caminho mas que ainda levarão um tempo para chegar.

Na Europa a Renault acaba de lançar o novo Captur com plataforma CMF-B, a mesma do Clio, e ganha opção dos motores 1.0 e 1.3 TCe turbo de 100 e 156cv além de um nível superior de equipamentos.

Já o Peugeot 2008 ganhou este ano no Brasil as mudanças visuais presentes na Europa em 2016 e por hora está alinhado ao modelo vendido por lá. Em janeiro chega a nova geração já confirmada e com a nova base CMP. A PSA já confirmou intenção de vender o novo modelo no mercado brasileiro e pode até manter o atual como versão de entrada mas isso só a partir de 2021.
Confira também a matéria em vídeo de Autos Carros mostrando o facelift do Peugeot 2008.