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Crise entre Planalto e Câmara deve custar entre R$ 3,6 e R$ 5,6 bilhões à Lula

Parlamentares insatisfeitos com a articulação política já consideram a derrubada completa do veto de R$ 5,6 bilhões às emendas de comissão. Lula criou força tarefa para tentar frear movimento contrário ao Planalto na Câmara

Blog da Farfan|Tainá FarfanOpens in new window

Lula está preocupado com a derrubada do veto às emendas de comissão (Marcelo Camargo/Agência Brasil – 19/04/2024)

Nos bastidores do Congresso Nacional, especialmente da Câmara dos Deputados, a derrubada do veto de Luís Inácio Lula da Silva (PT) aos R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão na LOA (Lei Orçamentária Anual) já é dada como certa. A discussão entre parlamentares, nesse momento, tem sido decidir se a força-tarefa do Palácio do Planalto para tentar amenizar a crise de articulação política vai ter efeito e vão “ceder” apenas na derrubada parcial – a R$ 3,6 bilhões – ou se será a derrubada total do valor. Na prática, com a derrubada do veto, os parlamentares retomam o domínio sobre as emendas. A sessão do Congresso Nacional está marcada para a próxima quarta-feira (24).

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), se reuniu duas vezes, apenas nesta semana, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Rui tenta apaziguar a situação e diminuir o choque para o governo, que deve ter que encarar uma “pauta bomba” na próxima sessão do Congresso e, para piorar, diante do mau humor da cúpula da Câmara. A derrota é dada como certa por líderes do centrão, mas o Planalto tenta amenizar o “baque”.

É o ministro da Casa Civil quem tem encabeçado a articulação política com Lira, já que o presidente da Casa Baixa não dialoga com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP). O clima ficou ainda mais pesado no fim da semana passada, com as trocas de farpas públicas entre Lira e Padilha, que repercutiram a ponto de Lula ir a público bancar a permanência do ministro no cargo. Ele disse, na sexta-feira (12) passada, que “só por teimosia, Padilha vai ficar muito tempo”. Lira engoliu seco, mas não gostou do que ouviu.

Lira e deputados estão insatisfeitos com a articulação política do Planalto de forma geral. Há reclamações de cargos não concedidos em segundo e terceiro escalão, vetos de Lula diferentes do acordado com o Congresso Nacional, emendas, além de outras promessas não cumpridas – o que foi classificado por um líder ao blog como “mentiras”. “Eles mentem muito. Dizem que vão fazer e não fazem”, afirmou o deputado, em reservado.

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A insatisfação chegou aos ouvidos de Lula, que decidiu entrar em campo. Nesta sexta-feira, se reuniu com Rui Costa; Padilha; o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; além dos líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido – AP); no Senado, Jacques Wagner (PT-BA); e José Guimarães (PT-CE). Preocupado com a derrubada do veto às emendas de comissão, o presidente da República pretende se encontrar com Arthur Lira nos próximos dias, antes da sessão do Congresso.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) adiou a sessão desta semana para a próxima em sinalização ao governo. O prazo a mais foi pedido por líderes da base, que tentam ganhar tempo para amenizar a “pauta bomba” prevista para a próxima análise do Congresso Nacional.


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