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Oriente Médio: conflito se estenderá por mais uma semana

Cresce apoio internacional a Israel. Reunião do Conselho de Segurança da ONU e posição formal dos EUA serão decisivos

Christina Lemos|Por HERBERT MORAES, em colaboração especial

Prédio que abrigava escritórios da Al Jazeera desmorona após ataque em Gaza
Prédio que abrigava escritórios da Al Jazeera desmorona após ataque em Gaza Prédio que abrigava escritórios da Al Jazeera desmorona após ataque em Gaza

De Tel Aviv a Beer Sheva, de Jerusalém à Sderot, há seis dias que milhões de israelenses são forçados a ficar sob a proteção de um bunker se quiserem escapar da morte. Desde 2014 não se via uma ofensiva tão violenta grupo extremista Hamas, que controla a faixa de gaza desde 2005, contra Israel.

Para entendermos o que está acontecendo, é preciso estar atento a seis fatos que são raízes do conflito atual.

1 - No dia 10 de maio, o Hamas, que é patrocinado pelo irã, conseguiu elevar os ânimos de protestos que já estavam acontecendo em Jerusalém, lançando mais de 400 mísseis contra o território israelense. Sete pessoas morreram, entre elas, um garoto de seis anos. Centenas ficaram feridos. Ao mesmo tempo, o Hamas colocou mais de mil balões incendiários no céu da fronteira sul de Israel, que nesta época do ano está bem seco, o que provocou um incêndio sem proporções na região que faz fronteira com a Faixa de Gaza.

2- Desde o dia 11 de maio, o exército israelense e a força aérea entraram em cena para frear o Hamas. Os ataques são cirúrgicos. Apenas depósitos de armas e escritórios do Hamas foram destruídos. Mas, como o grupo lança seus foguetes a partir de áreas ocupadas por civis, muitos deles acabam morrendo no fogo cruzado, já que o Hamas usa os civis como escudos humanos. Quem não está disposto ao sacrifício acaba sendo morto de qualquer maneira, pelo próprio Hamas. A organização lançou até agora, quase dois mil foguetes contra Israel, pelo menos 530 caíram dentro da Faixa de Gaza, matando palestinos inocentes.

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3- Um dia antes do início do conflito, os árabes comemoravam o fim do Ramadã, com o Eid al Fitir, que celebra o período de jejum do povo árabe. O Ramadã é um dos cinco pilares do Islã. No mesmo dia, Israel comemorava os 54 anos da unificação de Jerusalém que aconteceu em 1967, na guerra dos seis dias. As duas datas juntas foram suficientes para provocar uma explosão de ódio dos dois lados. Os palestinos que estavam na esplanada das mesquitas estocaram pedras e depois das orações lançaram centenas contra polícia israelense que guarda o local e contra judeus que comemoravam o dia de Jerusalém junto ao muro das lamentações. Os dois lugares são vizinhos um do outro. Durante os protestos, os árabes gritavam "somos Hamas", e "bombardeie Tel Aviv" encorajando os extremistas na Faixa de Gaza a entrarem em ação.

4- Há algum tempo, o Hamas vem manipulando a cena política palestina, tanto na parte oriental de Jerusalém como na Cisjordânia, que é dominada pelo seu arqui-inimigo Mahmoud Abbas, da autoridade palestina. A decisão de Abbas de suspender as eleições que indicavam o Hamas como o partido vitorioso, deu ao braço militar do Hamas o motivo para radicalizar suas ações também entre os palestinos da Cisjordânia.

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5 - É importante lembrar que o grupo usa o termo " Al Aqsa está em perigo", em alusão à mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islã, numa tentativa mentirosa de colocar mais lenha na fogueira como se Israel quisesse destruir a mesquita. Esta mentira já era usada há mais de um século contra os primeiros judeus que voltavam para santa, como uma forma de manipular extremistas à atacarem os judeus. Esta é uma retórica que o Hamas insiste em usar e que ainda mexe com muitos palestinos e parte do mundo árabe.

6- Nas últimas 72 horas, Israel vem ganhando apoio na arena internacional. O estado judeu conseguiu convencer Joe Biden a aprovar a operação militar em curso, por isso a reunião do conselho de segurança foi transferida para o próximo domingo, até lá Israel tem sinal verde do primeiro ministro e do presidente americano, para enfrentar com mão forte no Hamas. Um recado direto ao Irã. Apesar de o Hamas já ter pedido a trégua, Israel se negou. E deve prolongar a disputa pelo menos até a próxima semana.

*Herbert Moraes é repórter do Jornal da Record. Por 15 anos, foi o correspondente da emissora no Oriente Médio

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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