Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Voltei cheio de reflexões e uma delas é: seja generoso contigo!

Não acho que tentar diminuir o ritmo seja, necessariamente, um ato de covardia. Talvez, seja um ato de respeito ao que somos: seres humanos e não máquinas.

Conversa de Repórter|LUCAS CARVALHO, do R7 e Lucas Carvalho

Começo o ano – embora metade do mês de janeiro já tenha ido embora – pedindo desculpas a você, leitor deste blog. Tenho sido um péssimo colunista desde o fim de novembro. Sumi e não dei notícias. Logo eu, que trabalho com elas.

Não foram férias de fim de ano, não. Foi pura desorganização de tempo mesmo. Não faltaram histórias para eu contar aqui. O que faltou foi disciplina. Confesso que, em certos momentos, também me faltou um pouco de disposição.

Já deve ter acontecido com você. Às vezes, a gente passa a fazer tanta coisa que, quando sobra um tempinho, a única vontade que dá é de não fazer nada. Me peguei, inúmeras vezes, no finzinho de 2023, sentado no sofá, mexendo no celular, vendo alguma série na TV e tomando uma taça de vinho.

Enquanto isso, tinha o blog para alimentar e algumas demandas do podcast que apresento paralelamente à TV e ao R7. Me pegava, em certos momentos, sufocado pela minha própria cobrança, afinal, são responsabilidades. Encaro como um trabalho, embora a proposta seja algo mais leve e informal.

Publicidade

Nesse meu retorno ao Conversa, proponho uma reflexão que pode servir para os seus dias, também. Apesar de não ter dado as caras por aqui nas últimas semanas, em nenhum momento fui repreendido ou cobrado, veementemente, por algum supervisor do portal. Fui, claro, procurado para saber como estavam os posts, mas no sentido de receber um suporte.

O que eu estou querendo dizer é que, às vezes, a nossa autocobrança vai ser muito maior do que a cobrança dos outros. A pressão que nós mesmos colocamos sobre as nossas costas para que possamos cumprir tarefas com perfeição é devastadora. Tão insalubre a ponto da gente sentir culpa em descansar pelo tempo que for.

Publicidade

Eu não sei como foi o ano de vocês, mas 2023, para mim, foi cheio de altos e baixos. Costumo dizer que não foi o melhor ano da minha vida, mas foi o que deu para ser. Não foram poucas as vezes que questões pessoais atravessaram as profissionais e eu precisei lutar para uma coisa não atrapalhar a outra.

Mas eu sinto que fiz o que pude. Aliás, é interessante: dias atrás, despretensiosamente, encontrei no Spotify um podcast que leva esse nome: "fiz o que pude". A jovem que apresenta, Ellora Haonne, nem imagina que estou aqui falando dela. Mas o programa veio à minha mente, agora, porque ele se autodefine como "inimigo número 1 da autocobrança e autocrítica" e o "melhor amigo da autorressponsabilidade sem ficar se martirizando".

Publicidade

É uma proposta interessante para gente se enxergar em dilemas que, também, são dos outros. Comecei esse texto me martirizando já, me colocando como um péssimo colunista por ter ficado um tempo ausente. Caramba! Mas em quase três anos de Conversa de Repórter é a primeira vez que não consigo cumprir, sistematicamente, com este meu dever. E tá tudo bem, como costumam dizer por aí.

Não acho que tentar diminuir o ritmo seja, necessariamente, um ato de covardia. Talvez, seja um ato de respeito ao que somos: seres humanos e não máquinas. Aos 32 anos, tenho pressa e me consumo com a ideia de que preciso resolver diversas questões da vida para ontem. Preciso produzir, produzir, produzir... Sim, preciso, mas com um pouco mais de carinho comigo mesmo.

Trago esse relato, essencialmente, pessoal porque tenho convicção de que muitos de vocês vivem essa guerra exacerbada contra o tempo. Como jornalista e repórter de um programa diário com mais de três horas de duração, vivo no ritmo da notícia e em constante luta com o relógio. É tudo muito acelerado, seja pela função, em si, ou pela "pilha" de quem também está sendo "pilhado" e acaba passando isso para frente.

Imagine só se eu decidir me "pilhar" com o restante das coisas?

É um desafio diário. Aqui, escrevendo, a receita parece fácil. Mas a vida real mostra que só a prática ensina. O que a gente precisa ter, antes da prática, é a consciência de que podemos e devemos ser mais generosos com nós mesmos.

Consciência!

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.