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IATA quer mais dados para compreender os rastros de condensação e seus seu efeitos climáticos

Associação do Transporte Aéreo Internacional pede o fortalecimento da colaboração entre pesquisa e inovação tecnológica, aliada a estruturas de políticas para abordar as emissões não-CO2 da aviação

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara MonteiroOpens in new window

IATA: mais dados para estudo sobre os rastros de condensação (William Alves/William Alves)

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) pediu ação urgente para aprofundar a compreensão sobre a formação e impacto climático dos rastros de condensação da aviação para o desenvolvimento de medidas de mitigação eficazes. O relatório recém-lançado da IATA, Aviation Contrails and their Climate Effect: Tackling Uncertainties and Enabling Solutions, pede o fortalecimento da colaboração entre pesquisa e inovação tecnológica, aliada a estruturas de políticas para abordar as emissões não-CO2 da aviação por meio de mais dados atmosféricos.

O relatório destaca a complexidade da ciência dos rastros de condensação, observando lacunas na compreensão de como os rastros se formam, ou quando podem persistir, e como impactam o clima. A falta de dados em alta resolução e em tempo real sobre as condições atmosféricas (especialmente umidade e temperatura em altitudes de cruzeiro) dificulta a previsão precisa de rastros de condensação.

“A indústria e seus stakeholders estão trabalhando para abordar o impacto das emissões não-CO2 nas mudanças climáticas, especialmente os rastros de condensação. Para garantir que esse esforço seja eficaz e sem efeitos adversos, precisamos entender melhor como e onde os rastros se formam e reduzir as incertezas relacionadas ao seu impacto climático. “Agir agora” significa mais testes, coleta de mais dados, melhoria dos modelos climáticos e maturação de tecnologias e operações. Formular e implementar regulamentos com base em dados insuficientes e compreensão científica limitada é imprudente e pode levar a impactos adversos no clima. Por isso, a conclusão mais importante deste relatório é instar todos os stakeholders a trabalharem juntos para resolver lacunas atuais na ciência, para que possamos tomar medidas eficazes”, disse Willie Walsh, Diretor Geral da IATA.

  • No curto prazo (2024-2030), a prioridade para mitigar o impacto da aviação sobre as mudanças climáticas deve ser a redução das emissões de CO2 em detrimento dos ganhos incertos que poderiam decorrer da detecção e mitigação dos rastros de condensação. Durante este período, aumentar a participação das companhias aéreas em programas de monitoramento, continuar a pesquisa científica e melhorar os modelos de umidade e clima devem ser o foco do trabalho na mitigação dos rastros de condensação.
  • Ações de médio prazo (2030-2040) devem envolver o estabelecimento de padrões para a transmissão de dados, validação contínua de modelos e incentivo aos fabricantes de aeronaves para incluir disposições para observações meteorológicas, bem como para a prevenção selecionada.
  • Ações de longo prazo (2040-2050): As aeronaves devem fornecer continuamente dados e os modelos e infraestrutura devem estar presentes e ser confiáveis. A comunidade terá neste ponto uma compreensão mais completa dos efeitos não-CO2 de combustíveis alternativos, com medidas de mitigação estendidas. Esses itens de ação têm como objetivo coletivo mitigar o impacto climático da aviação ao mesmo tempo em que avançam na compreensão científica e nas capacidades tecnológicas.

Contexto sobre as Emissões Não-CO2 da Aviação

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O impacto da aviação no clima vai além das emissões de CO2, com efeitos não-CO2 como os rastros de condensação e óxidos de nitrogênio (NOx), também contribuindo para o aquecimento global. Rastros de condensação persistentes, formados em regiões com supersaturação de gelo, podem se transformar em nuvens cirrus que refletem a radiação solar incidente (durante o dia) e retêm o calor emitido. Em termos gerais, entende-se que os rastros de condensação têm um efeito de aquecimento sobre o clima, com variações diurnas, sazonais e geográficas. No entanto, apesar de estudos extensivos, existem incertezas significativas em relação à capacidade de prever a formação individual de rastros de condensação e seu impacto climático específico.

Iniciativas e Testes: Colaborações recentes entre meteorologistas, pesquisadores climáticos, companhias aéreas e fabricantes de aeronaves têm proporcionado novas percepções que destacam a necessidade de uma coleta de dados aprimorada e análises das prováveis complicações na rede de tráfego aéreo em relação a quaisquer soluções. Testes com trajetórias de voo modificados e combustíveis alternativos têm mostrado potencial, porém eficácia limitada devido à variabilidade das condições atmosféricas e à natureza localizada onde os rastros de condensação ocorrem.

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Avanços Tecnológicos e Direções Futuras: Os avanços no desenvolvimento de sensores de umidade a serem colocados em aeronaves são fundamentais para previsão de rastros e estratégias de prevenção dos rastros de condensação. A tecnologia atual de sensores em aeronaves comerciais carece da sensibilidade e tempo de resposta necessários, e há apenas um punhado desses sensores em operação em altitude. Pesquisas em curso visam desenvolver soluções mais precisas, robustas e escaláveis, e o uso de sensores em uma população limitada de aeronaves permitiria a melhoria e validação necessárias dos modelos de previsão do tempo numéricos.

Sobre o Relatório

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O Aviation Contrails and their Climate Effect: Tackling Uncertainties and Enabling Solutions está disponível no site da IATA e será discutido na próxima Reunião Anual da IATA em Dubai, de 2 a 4 de junho. O relatório foi desenvolvido em colaboração com as seguintes organizações e empresas:


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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