O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, que os países que têm autonomia operacional da autoridade monetária são também os países com as menores taxas de inflação.
— O Brasil é o único país do G20 que não têm autonomia o que gera um questionamento, inclusive da OCDE. Países que têm banco central mais independente tendem a ter inflação menor, e volatilidade da inflação menor, ou seja, menor e mais contínua.
Campos Neto participou da reunião da liderança do DEM, sobre a autonomia do Banco Central e sobre o novo marco legal do câmbio. Os dois assuntos são discutidos no Congresso e devem ir a plenário ainda no primeiro semestre deste ano. O PLC 112/2019, da autonomia do BC, pode, inclusive, ser votado já após o Carnaval. O texto tem apoio do Executivo e de Rodrigo Maia.
O presidente do Banco Central também explicou os efeitos da autonomia do BC nos juros. Quedas de juros deixam os empréstimos mais baratos.
— Na prática hoje há um prêmio de risco quando alguém investe em projeto de longo prazo no Brasil, um prêmio de risco embutido nas curvas de longo prazo de ter uma mudança no governo que leve a uma mudança de política monetária. A hora que o Banco Central fica independente você elimina esse risco. O que significa que o juro estrutural tende a ser mais baixo. E juro estrutural mais baixo significa custo de crédito mais baixo para toda a sociedade.