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Bruna Marquezine abusou do marketing ao posar de gente do bem

Ficou com pinta do pior tipo de promoção pessoal e instagrâmica a ideia de “abrir as portas de sua mansão" para receber meninas refugiadas

R7 Planalto|Marco Antonio Araujo, do R7

A atriz precisa tomar cuidado para
não parecer oportunismo
A atriz precisa tomar cuidado para não parecer oportunismo A atriz precisa tomar cuidado para não parecer oportunismo

Não há nenhum motivo para duvidar que Bruna Marquezine seja uma pessoa do bem. Simpática, bonita, jovem, bem-sucedida profissionalmente, no caso dela, fazer caridade ou apoiar causas nobres não surpreende. Mas seria inteligente fazer isso sem parecer oportunismo.

Pois ficou com pinta do pior tipo de marketing pessoal a ideia de “abrir as portas de sua mansão” para receber meninas refugiadas no último domingo, 16. Prefiro acreditar que foi um erro estratégico da assessoria de imprensa. Esse tipo de evento requer todos os cuidados, ou pode voltar-se contra as boas intenções e morrer na cova rasa da hipocrisia.

Tudo que nos chegou sobre a nobre iniciativa foi ornado com a típica estética instagrâmica. A indústria das celebridades, de forma geral, criou essa armadilha para os artistas do mundo real: não basta aparecer, tem que lacrar e atrair multidões de seguidores.

Nas lindas fotos (distribuídas a todos os veículos pela ONG IKMR, da qual Bruna é "embaixadora") estão lá várias pistas de que foi uma ação que teve tudo, menos espontaneidade. “As garotas foram na piscina, dançaram, fizeram piquenique e brincaram de desfilar na mansão da atriz”. Dava para fazer isso de forma mais discreta.

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Perdão pela franqueza, mas me lembrou aquelas selfies turísticas que todos os brancos postam quando visitam a África. Tirar foto ao lado de crianças negras em situação de pobreza é de um mal gosto internacional. É constrangedor, para não dizer arrogante e egoísta.

Nem precisamos cobrar que o bem seja feito de forma anônima. Nos tempos em que vivemos, é positivo quando artistas e gente rica dão visibilidade e projeção ao trabalho de ONGs e instituições sérias. É de se esperar que isso ajuda a receber doações – ou reconhecimento, pelo menos.

Mas vamos fazer isso de forma menos ostensiva e sem dar tanta bandeira de que também se trata de um negócio, de um planejamento de carreira, de uma troca desigual entre pessoas privilegiadas e outras, excluídas. Já que a questão é estética, além de moral, manter-se alerta é o mínimo – e a elegância, tudo.

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