A campanha de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara sofreu nesta terça-feira (26) mais um revés com o racha público do DEM, partido do articulador de sua campanha e presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Para manter cargos na administração federal e diante da vantagem numérica do candidato do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), a bancada de deputados baianos do DEM declarou apoio a Lira. O grupo dissidente é comandado pelo presidente nacional do partido e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Após reunião tensa da cúpula no Rio, Maia disse que a legenda pode ganhar o apelido de "partido da boquinha" em função do posicionamento. Com o racha, dos 32 deputados do DEM, Baleia deve levar 22 votos.
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Na semana passada, a candidatura de Baleia já tinha sofrido com a mudança oficial do PSL para o bloco do seu adversário. O PSL havia se juntado à Baleia no lançamento de sua candidatura com a presença do presidente Luciano Bivar, mas a ala bolsonarista do partido já apoiava Lira publicamente. Com a mudança, o bloco de Lira passou a ser o mais numeroso, com onze partidos e total de 258 deputados/eleitores, ante agora 238 de Baleia e também onze legendas.
Os números, no entanto, não antecipam de forma fiel o que acontecerá na urnas. Há dissidências em muitos partidos, para ambos os lados. Mas a balança tem se mostrado menos favorável para o lado do emedebista nos últimos dias. Além do DEM e PSL, há clara divisão no PSB e também no PSDB e com exceção do PSL, os partidos estão oficialmente no bloco de Baleia.
Bloco de Arthur Lira: PL, PP, PSL, PSD, Republicanos, PTB, Podemos, Pros, PSC, Avante e Patriota.
Bloco de Baleia Rossi: PT, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, Cidadania, PCdoB, PV e Rede.
Psol e Novo são independentes e têm candidatura própria. Em caso de segundo turno pendem para o lado de Baleia Rossi.
Os blocos só se tornarão oficiais no registro das chapas eleitorais, na véspera da votação, em 1º de fevereiro. Até lá, pode haver mudanças de postura.