O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (27) que as redes sociais têm sido usadas para pressionar, ou "tentar calar" as instituições democráticas, o que ele considera grave. Maia falou em seminário organizado pelo jornal O Globo.
"Nas redes sociais o que acho grave, e falo com ator nesse processo, é que chegou um momento no ano passado que esse movimento de extrema direita no Brasil entendeu que podia calar o Congresso Nacional e calar o Supremo Tribunal Federal. A minha experiência falando mais pela Câmara, com narrativas onde se tentava transferir responsabilidades para a presidência da Câmara, para minha pessoa, para o parlamento, de temas que não tinham relação com uma democracia. Isso contamina muito o debate. O voto do ministro Fachin na questão das Fake News é importante, defendendo que liberdade é uma coisa, mas não é ilimitada, nenhum grupo pode querer impor a sua posição sobre o parlamento e o STF", disse.
Leia também
Justiça não substitui responsáveis por políticas públicas, diz Toffoli
CPI das Fake News em São Paulo quer ouvir Roberto Jefferson
Oposição vê uso político da AGU com ação sobre bloqueio de perfis
'Estilo Fux' é incógnita para o Palácio do Planalto
A pedido de Bolsonaro, AGU aciona STF sobre liberdade de expressão
Maia condenou o radicalismo e atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro a organização do campo da extrema direita no Brasil que estava "sem voz" em um ambiente de polarização que já vinha crescente.
"A polarização vinha crescendo desde 2013, 2014, do petismo e do antipetismo, em função da agenda. O presidente Bolsonaro conseguiu captar essa mensagem e caminhar no outro extremo. E como ele sempre foi político de extremos e falava para nichos, a gente via nas redes sociais no início dessa polarização mais forte sempre uma agressão dele a deputados como Jean Wyllys e Maria do Rosário em função de valores. E ele conseguiu organizar um campo na extrema direita que estava sem voz e uma classe média mais conservadora, maioria, que estava insatisfeita".
Para o presidente da Câmara, diante desse cenário de ataques às instituições democráticas é necessário aprovar reformas que reduzam as desigualdades para fortalecer a democracia no País.