A beleza das torcedoras está incomodando a Fifa na Copa da Rússia.
A entidade pediu que as emissoras de televisão evitem, ou pelo menos reduzam, as imagens de mulheres bonitas durante as transmissões dos dois últimos jogos do torneio. A justificativa, segundo o chefe do Departamento de Responsabilidade Social, é a tentativa de diminuição dos casos de assédio sexual. Até agora foram registradas 45 denúncias oficialmente, mas o número exato deve ser bem maior.
Uma decisão estranha.
Qual a culpa dessas mulheres se a beleza delas instiga a libido dos predadores de plantão?
De novo, parece ser o caso de se penalizar a vítima pela agressão recebida. Sejamos honestos, quem tem de se conter é o homem, mesmo que elas estivessem vestidas de maneira mais ousada, o que não ocorre. Simplesmente, não podem ser filmadas porque são belas.
"Mas filmá-las também é objetificá-las", pode dizer alguém. Ora, elas não estão ali sendo expostas num balcão do sexo. Não há vulgaridade. As imagens vistas até agora nem de longe lembram outras copas, quando torcedoras seminuas apareciam dançando, ou eram exibidos decotes que ressaltavam a exuberância de algumas, como aconteceu com a paraguaia Larissa Riquelme, na Copa da África do Sul, em 2010.
Até, talvez, pelo fato de ser na Rússia, um país conservador, o que se observa é mulheres vibrando ou chorando como qualquer homem. A decisão da Fifa cobra da vítima o defeito do agressor.