A possibilidade de implentar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado convenceu o juiz Sérgio Moro a abandonar os 22 anos de magistratura para assumir um Ministério da Justiça com uma corpulência que nunca se viu na história do país.
Moro na Justiça é um emblema de como o governo Bolsonaro pretende enfrentar o crime, mas o desafio de Sérgio Moro vai muito além da Lava Jato e seus tentáculos.
A superpasta terá uma missão que poucos ainda não atentaram, mas que é vital para o sucesso do próximo governo: o combate extremado às diversas organizações que comandam o crime a partir dos presídios. Só o PCC, a maior delas, teria 30 mil homens.
A violência cresceu em proporções catastróficas nos últimos anos e esse foi um dos principais motivos para a vitória de Bolsonaro. E 11 entre 10 especialistas concordam que a perda de comando nos presídios está na base dessa escalada.
Veja abaixo a publicação de Bolsonaro no Twitter anunciando Moro e a nota do juiz:
“Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite.
Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior.
A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.”