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Reforma administrativa pretende facilitar demissão de servidores

O brasileiro, numa repartição pública, sabe que os serviços são demorados, o atendimento é rude e não há reclamação que faça a máquina andar

R7 Planalto|Marco Antonio Araujo, do R7

A reforma administrativa é uma das prioridades do ministro Paulo Guedes
A reforma administrativa é uma das prioridades do ministro Paulo Guedes A reforma administrativa é uma das prioridades do ministro Paulo Guedes

A reforma administrativa faz parte da agenda prioritária do governo. A julgar pela facilidade com que profundas e polêmicas mudanças na Previdência foram aprovadas, é bem capaz que o Brasil finalmente consiga desatar alguns nós que cercam o funcionalismo. E a questão da estabilidade certamente despertará discussões acaloradas.

É mais fácil ganhar na loteria do que demitir um servidor público no Brasil. É praticamente um projeto de vida, um desafio de superação e paciência o funcionário que consegue reunir todos os requisitos para ser exonerado. O país confunde cargo vitalício com função inimputável.

Vejam bem, não estamos falando de concurso para o ingresso e estabilidade no emprego. Sem esses filtros e garantias, tudo seria um enorme cabidão de empregos. Sem chance. A cada gestão, sairia todo mundo para entrar os novos amigos do governante de plantão. Seria o caos. E injusto.

Mas qualquer brasileiro que entrou numa repartição sabe que há algo de errado quando os serviços são demorados, o atendimento é rude e não há justa reclamação que faça a máquina andar. Nem estamos falando de corrupção, mas de eficiência mesmo. Em todos os escalões.

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Ainda não inventaram uma planilha, um formulário, um teste que garanta que os maus funcionários sejam substituídos por um dos milhares de cidadãos que ficam na fila dos concursos esperando uma oportunidade de servir ao público. Não há meritocracia após o funcionário ser convocado. Quase todos morrem de tédio.

É só o início do debate. Os sindicatos saberão apresentar números e fatos concretos que nos mostrem que o funcionário público brasileiro ganha mal, não é valorizado, tem uma carreira desestimulante, está longe de ser responsável pela ineficiência do Estado.

Ninguém duvida disso. A novidade, pelas circunstâncias, é termos um Congresso que talvez esteja disposto a ouvir o senso comum, mesmo que hipoteticamente equivocado, dizer que a população não aguenta mais bancar um serviço público ruim, caro e imutável.

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