— Segurem seus radicais que nós seguramos os nossos!
O pedido foi feito aos opositores da ditadura militar pelo então chefe da Casa Civil do governo Geisel (1974-1979), o lendário Golbery do Couto e Silva. Eram tempos de “abertura lenta, gradual e segura”. Mas agentes do governo eram contra essa distensão e saiam às ruas para jogar bombas em banca de jornais e livrarias. Apostavam no caos e na violência. Foram derrotados internamente e o Brasil pode seguir seu longo caminho rumo à redemocratização.
Quatro décadas depois, cá estamos, à espera de alguma mente lúcida que desarme a bomba-relógio que se alojou em Brasília e vem conclamando “o povo” a participar de uma inédita e estranha manifestação a favor de um governo que não sofre ameaças nem enfrenta uma oposição digna de registro.
Muitos aliados do governo já desembarcaram dessa Nau dos Insensatos. Que bom. O ato convocado para domingo (26) só vai dar certo se for pouca gente. Caso contrário, uma indesejada multidão ateará fogo às vestes – suas ou de outrem –, na falta do que fazer. Melhor não.
O Brasil precisa de reformas, emprego, saúde, segurança, perspectivas. O Brasil precisa de muita coisa, menos de confronto e radicalização. Um governo foi eleito nas urnas, em um regime que se pretende democrático. Democracia tem regras simples, e devem ser seguidas.
n Todos deveriam se manifestar. Primeiro, Bolsonaro. Depois os outros.