Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, deixou Curitiba, onde estava preso, por volta das 17h30 desta quarta-feira (11). De acordo com a assessoria da Polícia Federal, o voo em direção ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, deve durar cerca de uma hora. Cabral vem acompanhado por policiais federais.
Ao chegar no Rio, o emedebista deve ser levado ao IML (Instituto Médico Legal), no centro, e seguir para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte.
Ontem, a Segunda Turma do STF determinou que Cabral volte a ficar preso na cadeia de Benfica, no Rio, atendendo a um pedido da defesa.
Votaram a favor do pedido do ex-governador o ministro relator do caso, Gilmar Mendes, e os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Edson Fachin foi voto vencido na sessão, que não contou com a presença do decano Celso de Mello.
Cabral havia sido transferido para Curtiba em janeiro deste ano, após pedido do MPF (Ministério Público Federal) atendido por Sérgio Moro. No pedido, a promotoria apontava regalias recebidas pelo ex-governador no presídio de Benfica, como entrada de alimentos proibidos, uso de aquecedor elétrico, chaleira, sanduicheira, halteres, dinheiro além do limite permitido e colchões diferenciados das demais celas.
Algemas
O juiz federal Sérgio Moro proibiu expressamente nesta quarta-feira (11) o uso de algemas no ex-governador do Rio Sergio Cabral (MDB), que será transferido de Curitiba para a Cadeia Pública de Benfica, no Rio. A remoção do emedebista foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (10).
Quando foi transferido do Rio para Curitiba, Cabral foi algemado nas mãos e nos pés por agentes da Polícia Federal. A medida contrariou Súmula do Supremo que disciplina o uso das algema.
Denúncias
A Justiça Federal já aceitou 22 denúncias contra o ex-governador feitas pelo MPF. Na mais recente, ele virou réu junto com Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio, preso em fevereiro na Operação Jabuti. Ele foi denúnciado por lavagem de dinheiro e corrupção e a denúncia foi aceita pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal.
Cabral também é réu na Justiça estadual, onde foi denunciado por uso de helicópteros do governo do Estado para realizar mais de 2.000 viagens pessoas entre 2007 e 2014, período em que foi governador do Estado. Neste processo, a mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, também responde pelo crime de peculato — crime contra a administração pública.