Divisão de Homicídios apreende armas e ouve policiais após morte de menino durante tiroteio em Magé
Delegado informou que PMs se apresentaram ao batalhão antes de registrar ocorrência
Rio de Janeiro|Do R7
A DHBF (Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense) assumiu a investigação da morte do menino Mateus Santos de Moraes, de cinco anos. A criança foi atingida por um disparo durante um tiroteio entre policiais militares e criminosos na comunidade da Lagoa, em Magé, na Baixada Fluminense, na noite de sábado (2).
Segundo o delegado Giniton Lages, titular da DHBF, os PMs envolvidos na ação já foram ouvidos e as armas foram apreendidas para perícia. Os agentes realizam diligências para descobrir a origem do disparo que matou o menino.
Ainda de acordo com o delegado, os policiais militares envolvidos na ação, logo após o ocorrido, apresentaram-se diretamente ao batalhão e somente depois de terem sidos ouvidos em um IPM (Inquérito Policial Militar), apresentaram a ocorrência à DHBF, prejudicando as investigações e possibilitando que vestígios importantes fossem perdidos em razão da comunicação tardia. Uma cópia do procedimento será enviada à CGU (Corregedoria Geral Unificada).
Os policiais militares disseram que uma viatura que estava em patrulhamento nas proximidades da comunidade da Lagoa teria sido recebida a tiros. Os policiais revidaram e na troca de tiros o menino foi atingido.
A Polícia Civil informou que uma reprodução simulada dos fatos será realizada para confrontar as versões apresentadas pelos militares e pelas testemunhas. O sepultamento do corpo da criança aconteceu no domingo no Cemitério de Magé.
Morte e protestos
Um tiroteio entre policiais militares do 34º BPM e criminosos na comunidade da Lagoa, em Magé, na Baixada Fluminense, terminou com a morte de uma criança neste sábado (2). Outras três pessoas também foram baleadas na ação, mas elas não correm perigo.
A morte de Mateus Santos de Moraes, de cinco anos, gerou uma onda de prostestos em Magé. Ao menos 18 ônibus foram incendiados e vários estabelecimentos comerciais foram depredados e saqueados.
O Bope (Batalhão de Operações Especiais) precisou ser acionado para dar seguranças aos bombeiros que apagavam as chamas dos coletivos incendiados.
A Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado para apurar os fatos e diligências estão sendo realizadas para identificar os autores dos vandalismos.
O delegado Cley Catão, titular da Delegacia de Magé (65ª DP), esclareceu que não houve ataque à unidade e que recebeu o apoio do Departamento Geral de Polícia da Baixada Fluminense, das delegacias da região e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), reforçando o policiamento.
Na manhã deste domingo, o clima ainda era tenso no centro de Magé. A segurança foi reforçada para evitar novas manifestações. Por volta das 12h, a energia elétrica ainda não havia sido restabelecida na região. As linhas de ônibus também não circularam por motivo de segurança.
Em nota, a prefeitura de Magé informou que todas as secretarias estavam mobilizadas para realizar limpezas na cidade e retirar as carcaças de ônibus, além de manter a ordem pública. Os prejuízos ainda não foram contabilizados