Em crise, Uezo tem déficit de professores e luta para ter campus
Parlamentares e representantes se reuniram para discutir soluções
Rio de Janeiro|Do R7
Sem campus próprio e com déficit de professores, a Uezo (Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste) é mais uma instituição de educação prejudicada pela crise financeira que afeta o governo estadual. A situação crítica foi discutida no evento Supera Rio Uezo, na segunda-feira (25), que reuniu representantes da instituição, parlamentares estaduais e federais.
Para amenizar os problemas, deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) defenderam a inclusão da Uezo no regime de duodécimos, proposta que atualmente tramita na assembleia [PEC 47/17]. Caso aprovada, a medida vai garantir que todas as instituições de ensino superior passem a receber as verbas mensalmente, junto com toda a área de Educação do Rio. No regime atual, as instituições recebem os repasses anualmente
De acordo com informações da assessoria de impresa da Alerj, uma das principais demandas da universidade é a posse de 18 docentes, que passaram em concurso público e aguardam desde 2014.
Na reunião, os deputados presentes disseram que vão levar o pleito ao líder do governo na Alerj, deputado Edson Albertassi (PMDB), em reunião com o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, para cobrar a questão.
Hoje, faltam professores para 85 disciplinas e não há funcionários administrativos.
O professor Mauricio Anthony, representante da Aduezo (Associação de Docentes da Uezo), contou que a situação do corpo docente é crítica.
— Tenho que revezar, de semestre em semestre, as disciplinas que eu leciono. Ainda assim, os alunos não conseguem se formar no tempo certo por causa da falta e professores. E ainda temos que fazer o trabalho administrativo.
Reivindicações
De acordo com a reitora da Uezo, Maria Cristina de Assis, estão entre as reivindicações do centro universitário: concurso para assistente administrativo; bolsa de iniciação científica para alunos e professores; parcerias com a iniciativa privada; reajuste salarial para o corpo técnico; atualização do plano de cargos e carreiras e um campus próprio.
Estudante de Ciências Biológicas, Vinícius Tavares, representante do DCE, lamentou os problemas.
— Os alunos querem cada vez menos estar na faculdade. É muito desestimulante saber que você vai chegar e não ter uma aula de qualidade ou recursos no laboratório. Nossa formatura é uma incerteza.
Inauguração
Inaugurada em 2005, a Uezo tem dois mil alunos, 93 docentes, oito cursos de graduação e três de pós graduação. Sem campus próprio, divide espaço com o Instituto de Educação Sarah Kubitschek, uma escola estadual, onde foi realizado o evento.