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Exércitos de Brasil e EUA concluem primeiro treinamento em conjunto

Exercício inédito na América Latina aconteceu durante duas semanas no interior do RJ e SP. Jornal da Record acompanhou

Rio de Janeiro|Pedro Paulo Filho, da Record TV

Ainda era madrugada quando uma equipe do Exército brasileiro se preparava para libertar uma vila das mãos de rebeldes fortemente armados, que não aceitavam a entrada de ajuda humanitária. Com o apoio de dois blindados, cerca de 30 militares conseguiram se aproximar das construções em uma área afastada do centro de Resende, no sul fluminense.

Em meio a disparos de fuzis e de bombas prestes a explodir, a equipe conseguiu cercar as construções e retomar o local em cerca de meia hora. A bomba encontrada foi retirada de uma das casas com o auxílio de um robô e detonada com segurança.

As balas, no entanto, eram de festim. O confronto fez parte de mais um dia de treinamento de guerra capitaneado pelo Comando Militar do Sudeste, que desta vez contou com a presença de 240 militares norte-americanos, sendo 155 fuzileiros da 101ª Divisão de Assalto Aéreo. Ao todo, 990 militares do Brasil e dos Estados Unidos participaram do Combined Operations and Rotation Exercise, o Core 21 (Operações Combinadas e Exercícios de Rotação, em tradução livre) durante duas semanas.

Foi a primeira vez que o adestramento combinado aconteceu na América Latina. As negociações começaram em 2010. Entre janeiro e março deste ano, parte da tropa brasileira já tinha viajado para o estado da Louisiana, onde teve contato com a metodologia norte-americana. No Brasil, o treinamento aconteceu nas cidades de Lorena (SP), Cachoeira Paulista (SP) e Resende (RJ).

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Exercício em conjunto entre os soldados
Exercício em conjunto entre os soldados Exercício em conjunto entre os soldados

"O treinamento do último ano tem sido uma grande experiência para todos os nossos soldados e para mim. Isso demonstra a importância da parceria entre os Estados Unidos e o Brasil. A maior lição foi a importância dos ensaios. Os brasileiros têm uma ótima forma de ensaiar e executar comandos, e algumas dessas lições nós vamos levar conosco e incorporar em nosso treinamento", disse ao Jornal da Record o comandante do Batalhão da 101ª Divisão de Assalto Aéreo dos EUA, tenente-coronel Michael Harrison.

Nem só balas de festim

Durante o treinamento, 22 aeronaves foram utilizadas para deslocar equipes e levar armas, munição e mantimentos para a tropa. Em terra, blindados deram apoio. Entre morteiros, fuzis, metralhadoras e obuseiros (uma espécie de canhão), os soldados também utilizaram bazucas capazes de destruir um tanque de guerra a cerca de 1 km de distância. Por precaução, os alvos foram representados por bandeiras e marcações em terra, para evitar feridos reais. Na ocasião, os militares norte-americanos participaram apenas como observadores.

— Eles são um exército experiente. Isso foi um protocolo que se iniciou numa reunião bilateral em 2010 e vem se desenvolvendo. Com essa oportunidade, você interage e verifica o que eles estão fazendo de diferente, o que nós estamos fazendo de diferente, e busca as melhores lições aprendidas — conclui o general Tomás Paiva, Comandante Militar do Sudeste. 

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