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Milicianos continuam no controle de favelas da Maré, dizem moradores

Segundo a denúncia, criminosos continuam extorquindo a população com "taxa de segurança"

Rio de Janeiro|

Forças de segurança ocuparam o Complexo da Maré no domingo (30)
Forças de segurança ocuparam o Complexo da Maré no domingo (30) Forças de segurança ocuparam o Complexo da Maré no domingo (30)

Enquanto os traficantes das duas facções criminosas que chefiavam as bocas de fumo no Complexo da Maré, na zona norte do Rio, fugiram antes da ocupação pelas forças de segurança no domingo (30), milicianos continuam agindo normalmente nas favelas Praia de Ramos e Parque Roquette Pinto. Nos últimos dois dias, a reportagem do Estado circulou pelas duas comunidades da milícia e não encontrou nenhum PM do Bope (Batalhão de Operações Especiais) ou do Batalhão de Choque. O cenário é o oposto ao verificado nas favelas até então dominadas pelo tráfico, onde era grande o movimento de policiais.

Fontes das agências de inteligência e moradores da Favela Praia de Ramos (onde fica o Piscinão de Ramos) disseram nesta terça-feira (1º), à reportagem, que a ocupação da Maré pela PM em nada mudou a rotina da milícia que controla a região. A quadrilha teria cerca de 50 integrantes e é formada em sua maioria policiais civis e militares. Por outro lado, como o Estado noticiou na segunda-feira, os principais traficantes de uma das facções criminosas estariam no Paraguai, enquanto os de outra teriam fugido para favelas da zona oeste da capital, onde a facção ainda é forte.

Em 2011, vários integrantes do bando chegaram a ser presos na Operação Guilhotina da Polícia Federal. Mas nem a investigação foi capaz de pôr fim à milícia. Nas duas favelas da Maré onde a quadrilha atua, os milicianos explorariam ilegalmente o transporte alternativo, o sinal clandestino de TV por assinatura ("gatonet") e até o estacionamento nas proximidades do Piscinão de Ramos. Eles também teriam o monopólio do fornecimento de botijões e gás nas favelas. E ainda cobrariam um "imposto" pela venda de qualquer imóvel na região e uma taxa básica de cada morador a "título de segurança".

Questionada ontem pelo Estado sobre o porquê de não haver PMs do Bope ou do Choque patrulhando as favelas da milícia na Maré, a Polícia Militar não se manifestou até o fechamento desta reportagem. Perguntado sobre a mesma coisa na segunda-feira, o tenente-coronel Paulo Henrique de Moraes, chefe do Estado Maior Operacional da PM, explicou:

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— O patrulhamento é mais reduzido nas áreas de milícia porque não faz parte do modo de atuação desses grupos resistir à ocupação policial. De qualquer forma continuamos à procura de foragidos ligados ao tráfico e à milícia.

O Ministério da Defesa divulgou nota nesta terça-feira incluindo as favelas Roquette Pinto e Praia de Ramos na área de atuação do Exército na Garantia da Lei e da Ordem a partir do próximo sábado, quando os militares substituirão a Polícia Militar na Maré.

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