Uma operação de agentes do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Seseg (Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro) cumpre, nesta terça-feira (4), mandados de busca e apreensão em vários pontos da cidade, envolvendo policiais militares. A promotoria denunciou seis pessoas, entre elas o ex-comandante de Operações Especiais da PM, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira. Se condenado, Fontenelle pode pegar de três a dez anos de cadeia por cada uma das três incidências de lavagem de dinheiro, somadas a uma multa.
No processo, foram denunciados o coronel Fontenelle; o ex-subcomandante do batalhão de Bangu (14º BPM), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; o ex-chefe da P2 da unidade, capitão Walter Colchone Netto; o ex-coordenador operacional do mesmo batalhão, major Edson Alexandre Pinto de Góes; e as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do ex-comandante da PM.
Fontenelle teria registrado dois apartamentos seus em nomes de terceiros. Um deles, no Grajaú, zona norte do Rio, tem 200 m² e está no nome de sua irmã, Maria Paula. O apartamento vale R$ 995 mil. Já a outra propriedade é uma cobertura em Jacarepaguá, avaliada em R$ 750 mil. Com 300 m², o apartamento foi registrado no nome da mãe do coronel, do major Lucas e do capitão Colchone. Há também uma casa em uma área nobre de Búzios, Região dos Lagos, e um carro.
Ao longo das investigações, os agentes apreenderam R$ 287,6 mil na residência do major Edson. O dinheiro estava em sacos plásticos escondidos dentro de um armário. Havia joias em ouro e € 400, além de um bilhete com a divisão das quantias de dinheiro entre o coronel Alexandre, major Edson e capitão Colchone.
Em setembro de 2014, o coronel Fontenelle foi preso durante uma operação que desarticulou uma quadrilha de 26 policiais militares que integravam o batalhão de Bangu. Os policiais eram investigados por exigir pagamento de propina a comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de emrpesa transportadoras de cargas na área do batalhão. Na época, um mototaxista que participava do esquema foi preso.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a SSINTE (Subsecretaria de Inteligência) da Seseg e a Corregedoria da PM realizam a ação. Também foram encaminhadas cópias dos autos para a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, para que seja apurado crime de improbidade administrativa por incompatibilidade patrimonial.
Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra