Os dois policiais militares envolvidos na morte do mototaxista Mateus Henrique, de 23 anos, próximo à comunidade do Borel, zona norte do Rio de Janeiro, deram uma versão diferente sobre o caso em depoimento na Divisão de Homicídios da Capital nesta terça-feira (9).
O delegado Antônio Ricardo não confirmou o conteúdo, mas disse que o relato não foi o mesmo do dia do crime, no último dia 30, quando a ocorrência foi registrada como acidente de trânsito na 19ª DP (Tijuca). Na época, os militares disseram que a vítima teria se ferido ao cair da motocicleta.
"Os policiais que prestaram depoimento na manhã de hoje não confirmaram a versão apresentada inicialmente na sede da delegacia distrital, onde essa ocorrência se iniciou. Conforme o que foi apresentado a esses policiais, eles realmente não confirmaram a versão inicial", disse o delegado, que acrescentou ter obtido imagens da ação.
Logo após o crime, um amigo de Mateus, que estava na garupa, contou que a patrulha disparou após a vítima ter se assustado com abordagem.
Além disso, familiares e amigos mostraram que o capacete usado pelo mototaxista tinha um furo provocado por tiro.
Outro fato que contrariou a versão dos policiais foi a equipe médica do Hospital Souza Aguiar, onde a vítima recebeu atendimento, ter encontrado um projétil no corpo de Matheus.
Até o momento, a investigação já ouviu policiais militares, familiares e testemunhas. A Polícia Civil ainda aguarda o resultado do confronto balístico das armas usadas pelos PMs. A previsão é a de que o inquérito seja concluído em 30 dias.